Comandante da UPP da Rocinha diz que tráfico fatura R$ 10
milhões por mês na favela
Em abril de 2011, antes da
ocupação da favela pela polícia, um levantamento da Delegacia de Combate às
Drogas (DCOD) apontou que a quadrilha movimentava R$ 8 milhões.
A presença de uma Unidade de
Polícia Pacificadora (UPP) não foi capaz de diminuir os lucros do tráfico de
drogas da Rocinha. Um ano e dois meses depois da implantação da UPP,
traficantes movimentam R$ 10 milhões por mês na favela. A informação, levantada
pelo setor de inteligência da unidade, foi revelada neste sábado pela
comandante da UPP, major Pricilla Azevedo, em entrevista ao EXTRA. Em abril de
2011, antes da ocupação da favela pela polícia, um levantamento da Delegacia de
Combate às Drogas (DCOD) apontou que a quadrilha movimentava R$ 8 milhões.
Segundo a major, uma
ofensiva da polícia contra as bocas de fumo foi responsável pelos últimos
tiroteios.
— A quadrilha fatura muito
aqui e não quer perder esse montante. Informações do nosso setor de
inteligência apontam para um faturamento de mais de R$ 10 milhões por mês,
interno e externo — disse a oficial, que confirmou que bandidos armados de
fuzis ainda circulam pela comunidade.
Pricilla também afirmou que
a repercussão do caso Amarildo em meio aos moradores foi usada pelo tráfico
para pôr em xeque a legitimidade da polícia. Segundo o Ministério Público, 25
PMs da UPP participaram da sessão de tortura seguida de morte de Amarildo.
— O marginal se aproveita de
qualquer oportunidade para impor regras e mostrar para o morador que ainda tem
poder. O que ampara as ações do tráfico é o medo que ele impõe e a consequência
disso é o silêncio da comunidade. Isso pode ter diminuído o número de ações de
repressão: a comunidade denunciou menos — afirmou.
Segundo o setor de
inteligência da UPP, há bocas de fumo em todas as regiões da favela, inclusive
no asfalto. A Via Ápia, rua mais movimentada da Rocinha, tem dois pontos de
venda de droga em sua extensão.
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