Taxa de homicídio de negros é o dobro do resto da população
Segundo estudo do Ipea sobre o racismo no Brasil, a cada assassinato de um não negro, 2,4 negros são mortos no país
Homens negros são os que apresentam a maior perda de expectativa de vida: são 3,5 anos de vida contra 2,57 anos dos outros homens
São Paulo - A cada homicídio de um não negro (brancos, indígenas e indivíduos de cor/raça amarela, de acordo com a classificação do IBGE), 2,4 negros são assassinados no Brasil.
Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e fazem parte de um estudo, publicado este mês, sobre os efeitos do racismo no país.
De acordo com informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/MS) e do IBGE, apresentadas pelo Ipea, enquanto a taxa de assassinatos de negros no Brasil é de 36 mortes por 100 mil negros, entre não negros, esta taxa é de 15,2.
Em alguns estados do país, a diferença entre os dois grupos é ainda mais impressionante. Em Alagoas, a diferença entre as taxas de homicídio é de 76 casos por 100 mil habitantes.
Herança
Segundo o Ipea, o negro é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação socioeconômica e por sua cor de pele e essas discriminações combinadas podem explicar a maior ocorrência de homicídios de negros em relação ao resto da população. "A escravidão legou à nação um contingente populacional com baixíssimos níveis educacionais, além de uma ideologia racista", diz o estudo.
Os baixos níveis educacionais deixam a população negra entre os mais pobres do país: enquanto 64,42% dos não negros estão entre os 50% mais ricos do Brasil, a maior parte dos negros (55,28%) está entre os 50% mais pobres do país.
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/taxa-de-homicidio-de-negros-e-o-dobro-do-resto-da-populacao
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