Eliana Calmon confirma comércio de
sentenças na Justiça da Bahia
Depois
das acusações à má prestação de serviços à população dos cartórios, envolvendo
os desembargadores Mário Alberto Hirz e Telma Brito, o Tribunal de Justiça da
Bahia enfrenta mais uma denúncia. A ministra do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), Eliana Calmon, confirmou em entrevista à Rádio Tudo FM, nesta
quinta-feira (14), a existência de compra e venda de sentença no Judiciário
baiano.
A
ministra ainda assegurou que as denúncias feitas por ela em 2011 não possuem
caráter eleitoral. “Estou me manifestando porque tudo está sub judice, para
mostrar que é absolutamente uma leviandade o que está se falando que eu usei
isso para fins eleitoreiros. Porque lá atrás, quando não havia nenhuma notícia
de eleição, de candidatura, de nada, que eu venho falando sobre os desmandos do
Tribunal da Bahia”.
Relatora
de um dos processos, a ministra afirmou que a apuração dos casos exige
cuidados. “São crimes que não deixam vestígios ou são muito tênues”. A
magistrada baiana ainda apontou soluções para o problema.
“Isso
se corrige ao longo do tempo e com gestão. Porque são crimes que não deixam
vestígio. Quando deixam, é muito tênue. Os tribunais são muito rigorosos nessa
prova. Nós até brincamos muito dizendo o seguinte: o tribunal quer ver a marca
de batom na cueca para achar que houve um adultério. No caso de venda de
sentenças, eles querem a confissão do juiz dizendo ‘eu recebi dinheiro para
encaminhar sentença’. Então, fica muito difícil”.
Eleições
- a ministra baiana não confirmou, mas pode disputar as eleições de 2014, ao
lado da senadoras Lídice da Mata, de acordo com o colunista Levi Vasconcelos. A
magistrada ainda não definiou o partido ao qual se filiará, mas já manifestou
"simpatia" ao PSB. Calmon pode disputar a vaga para o Senado.
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