CLIMA
DE FIM DO ANO É OPORTUNO PARA APARAR AS ARESTAS DA RELAÇÃO
A virada do ano traz esperança. Toda a
simbologia que envolve este momento de encerramento de um ciclo para dar início
a outro deixa as pessoas mais inclinadas a acreditar na possibilidade de
empreender mudanças em suas vidas. Os casais, em especial aqueles em crise,
devem aproveitar esse estado de espírito para descobrir a origem de seus
problemas e torná-los coisa do passado.
Se existe algum mês em que as
esperanças são renovadas, é dezembro. Quando vai acabando o ano,
todos os sonhos parecem se encorpar e se juntar, criando um
clima favorável à felicidade, ou pelo menos à crença de que ela
existe. Mas, como escreveu o poeta português Luís de Camões (1524-1580), “jamais
haverá um ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos
velhos”. Na vida amorosa, essa é uma verdade crucial. Por isso,
casais, abram os olhos — e as mentes, os corações — e aproveitem estes
dias de confraternização para se observar e ver o que podem fazer
para tornar realmente novo o ano que se avizinha.
Um bom começo é identificar e corrigir
os erros recorrentes da vida a dois. Para isso é necessário, antes
de qualquer coisa, que cada parceiro abandone a tão corriqueira
postura do “eu estou sempre com a razão” e possa, assim, com
tranquilidade, identificar os seus erros, assim como os do outro e os
do casal. Se ambos conseguirem fazer isso, o casal já terá meio
caminho andado para o fim dos conflitos.
Talvez você esteja se perguntando: “Mas
por que fazer isso agora?” Porque nesta época os corações estão mesmo
mais sensíveis e os desejos de mudança, mais genuínos. A postura de
defesa é um jeito que muitas pessoas adotam para se esquivar da dor
emocional — real ou imaginária. Elas se protegem do medo sentindo
raiva, pois a raiva é uma emoção mais fácil de tolerar. Essa atitude,
porém, entrava o autoconhecimento e impede quem a adota de assumir a
sua parcela de responsabilidade na relação amorosa. A pessoa não
precisa deixar de ser ela mesma para amar, ser amada ou reconquistar uma
união que está se perdendo. Mas não custa nada:
1. Ceder. Muitas vezes é saudável dar um
passo atrás, para depois dar dois ou três à frente. Se os dois são sempre
inflexíveis, o relacionamento acaba se emperrando.
2. Conversar. Se você me
perguntasse quem é a pessoa mais bacana para se casar, eu diria que é
aquela com a qual você gosta de conversar. Duas pessoas que
conversam têm mais possibilidades de se entender.
3. Ouvir. O que o outro tem a dizer pode
ser diferente do que o que você pensa que ele está pensando. Só
através da escuta verdadeira é possível “zerar”
certos mal-entendidos e atritos.
Só quem está disposto a ceder, conversar
e ouvir pode empreender o que vou chamar aqui de “preparo para o
novo ano”. Se você faz parte desse grupo, proponha à
sua cara-metade listarem todas as características e atitudes que
um admira no outro e conversem, em seguida, sobre quais
dessas características e atitudes foram se perdendo com o tempo.
Em seguida, listem o que mais os desagrada um no outro e que os leva,
em alguns momentos, a pensar em desistir da relação.
Pode acontecer de alguns pontos serem comuns aos dois.
Discutam, então, sobre o que pode ser
mudado, adaptado ou abandonado de ambos os lados. Não estou
propondo que um vá fazer só o que o outro quer para evitar conflitos,
mas que ambos aprendam com os erros e acertos, para que possam
crescer juntos e entrar em 2013 em sintonia. Gostou da sugestão?
Então comece agora, não espere a virada do ano, porque, como ensina o
poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), “é dentro de você
que o Ano-Novo cochila e espera desde sempre”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário