Taxista que
causou acidente com turista será indiciado
Ele foi reconhecido por colombiana, mas disse que não se
negou a ligar o taxímetro.
RIO - O taxista que arrastou uma turista colombiana para não dar troco de R$ 4 pela corrida será indiciado. Ele responderá pelos crimes de lesão corporal culposa e de apropriação indébita, com os agravantes de ter praticado os delitos no exercício da profissão e de não ter prestado socorro. A Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat) entrou em contato com o taxista, que se apresentou espontaneamente nesta quinta-feira. Rosemberg foi reconhecido por Sandra Catalina, ferida em várias partes do corpo após ser arrastada pelo carro do taxista.
RIO - O taxista que arrastou uma turista colombiana para não dar troco de R$ 4 pela corrida será indiciado. Ele responderá pelos crimes de lesão corporal culposa e de apropriação indébita, com os agravantes de ter praticado os delitos no exercício da profissão e de não ter prestado socorro. A Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat) entrou em contato com o taxista, que se apresentou espontaneamente nesta quinta-feira. Rosemberg foi reconhecido por Sandra Catalina, ferida em várias partes do corpo após ser arrastada pelo carro do taxista.
A turista estava acompanhada da irmã e dos pais. O caso
ocorreu na Glória, onde a família está hospedada. O grupo havia acabado de
chegar ao Rio, e entrou no táxi de Rosemberg logo após desembarcar no Aeroporto
Santos Dumont. Nos depoimentos à delegacia, a família contou ter sido
maltratada pelo taxista desde a saída do aeroporto.
Ainda na calçada, eles informaram a um agente de cooperativa
que queriam pagar pelo taxímetro. Mesmo assim, Rosermberg teria iniciado o
trajeto sem ligar o aparelho.
— Eles entraram no táxi com uma mala cada um. O taxista já
ficou irritado com o número. Quando ela pediu que a cobrança fosse pelo
taxímetro, ele se irritou mais, passando a dirigir de forma temerária — afirmou
o delegado Alexandre Braga, com base nos depoimentos. — A família disse que ele
estava alterado.
Na Glória, houve uma discussão sobre o valor da corrida, e
Catalina exigiu o troco. Ela estava entre a porta aberta, do lado do carona, e
o carro.
— O taxista, segundo ela, disse “ah, estou indo”, puxou a
porta e arrancou, mesmo ela estando espremida. Ela ainda tentou acompanhar, mas
ele acelerou, e ela caiu — completou o delegado.
O motorista foi identificado por meio da placa do táxi. Na
Deat, ele negou ter se recusado a ligar o taxímetro, afirmou que a turista se
desequilibrou e que deixou de prestar socorro porque entendeu que não havia
necessidade.
A família, que veio pela primeira vez ao Rio, passou o dia de
ontem envolvida com o caso. Sandra Catalina, além de reconhecer o taxista, fez
exame de corpo de delito e prestou mais esclarecimentos à polícia. Ela mora em
Uganda, na África, onde trabalha como professora de química, e viajou mais de
20 horas de avião para reencontrar os pais no Brasil.
O caso ocorreu apenas 30 minutos após pisar no Rio de
Janeiro. A professora colombiana revelou estar muito assustada e contou nunca
ter vivido violência deste nível na África nem em países da América Latina:
— Estou muito assustada e com muito medo de pegar táxi ou
qualquer outro transporte no Rio. Era o último país na América Latina a que
desejava ir. Em outros países, já vi pessoas colocarem drogas em bebidas e
roubarem pedestres nas ruas. Mas nunca vi isso que estou vivendo — desabafou.
Ela ainda não sabe o que fazer nos outros dias na cidade por
causa do medo e do fato de não poder pegar sol devido aos machucados no rosto,
numa das mãos e nos seios:
— Não posso andar na rua — lamentou, dizendo que seus amigos
em Uganda souberam da notícia pela internet e a divulgaram no Facebook.
Ela recebeu ontem uma ligação do secretário municipal de
Transportes, Carlos Roberto Osório, que a pediu desculpas pelo que aconteceu.
Na última quinta-feira, a prefeitura publicou no Diário
Oficial do município a nova tabela de valores pré-fixados para corridas de
táxis cadastrados que atuam no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio. A
maioria dos trajetos sofreu redução nos preços. O mais significativo foi o da
corrida do aeroporto até Santa Teresa, que custava R$ 50 e passou para R$ 15.
Dos 164 itinerários partindo do aeroporto, 84 sofreram uma redução na tabela
superior a R$ 5. Nove trajetos aumentaram mais de R$ 5. O restante teve redução
inferior a R$ 5 ou não sofreu alterações. As tabelas usadas na Rodoviária Novo
Rio e no Aeroporto Internacional Tom Jobim também serão revisadas em breve, segundo
a Secretaria municipal de Transportes.
A medida foi uma decisão do secretário Carlos Roberto Osório,
que havia assumido o compromisso de rever a tabela de preços dos táxis
convencionais (os “amarelinhos”) que fazem ponto no Santos Dumont um dia depois
de assumir o cargo, em 31 de outubro. Osório disse, na época, que a
Coordenadoria Geral de Concessões faria um estudo para verificar se houve algum
tipo de distorção nos preços estipulados na lista. A decisão foi tomada depois
que O GLOBO mostrou, em reportagem publicada no dia 30 daquele mês, que
corridas cobradas pelas tarifas prefixadas podem sair até 45% mais caras para
os passageiros que chegam pelo Aeroporto Santos Dumont.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/taxista-que-causou-acidente-com-turista-sera-indiciado-7111390#ixzz2FeUNfscZ
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