sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Viva a sabedoria...

Epicuro

Filósofo grego (341-270 a.C.), o pai, o ateniense Néocles, era mestre-escola, sua mãe praticava a magia. Dedicou-se à filosofia muito cedo, tendo sido iniciado por Nausífanes de Teo no sistema de Demócrito. Passou grande parte da sua vida em Atenas, onde fundou uma escola em 306; escola a céu aberto (o célebre «Jardim de Epicuro»), onde vivia em comunidade com amigos e discípulos.
Dele ficaram três cartas que contêm o resumo da sua doutrina e, em particular, da sua moral: Epicuro ensinava que o prazer é o supremo bem, entendo por isso, não o que dele se disse, e talvez um pouco ligeiramente e injustamente, que o homem deve abandonar-se às volúpias fáceis, mas, ao invés, que a felicidade (ou prazer) é a recompensa da sabedoria, da cultura do espírito e também da prática da virtude.
A sua doutrina do «cálculo dos prazeres», fonte de tantos mal-entendidos, requer ser esclarecida: Epicuro propõe como alvo alcançar um uso racional dos prazeres, que classifica em três grupos: 1.º favorecer; 2.º admitir; 3.º evitar. Propõe, então, favorecer aqueles prazeres que são «naturais» e «necessários»; admitir aqueles que são naturais mas não necessários; evitar aqueles que não são naturais nem necessários. Assim, aceder-se-á ao estado privilegiado do homem, que é o repouso da alma, a ataraxia.
O Jardim de Epicuro era um porto de paz no seio da sociedade atormentada de Atenas do século IV a.C., e refugio de discípulos ativos. A frugalidade e uma relativa austeridade ali se faziam sentir.
O epicurismo teve uma grande difusão pelo mundo romano. O poeta Lucrécio (94 - 51 a.C.) autor de De Rerum Natura (6 vols.) venerava Epicuro como uma divindade: «Ele foi um deus, sim, um deus, aquele que primeiro descobriu esta forma de viver, que se chama agora a sabedoria». diz Lucrécio na sua obra. A ele devemos as melhores referências sobre o sistema epicurista. A escola durou até a o século IV d.C., mas teve um fraco desenvolvimento, conforme o desejo do mestre, que queria discípulos fiéis como impunha a filosofia do mestre.
Epicuro expôs a sua doutrina num grande número de escritos, a maior parte deles perdidos.

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