segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Nada a dizer, exceto lamentar. Um dia se todos os políticos fossem obrigados a serem atendidos exclusivamente pelo SUS, a situação mudaria. Enquanto isto...


Pai de Adrielly diz que filha teve morte cerebral Foto: Thiago Lontr / Extra/ Agência O Globo
Menina baleada que esperou mais de oito horas por cirurgia teve morte cerebral
Secretaria municipal de Saúde confirmou a informação
Adrielly foi atingida na cabeça por disparo na noite de Natal, em Piedade.
Pai de Adrielly diz que filha teve morte cerebral.
RIO - Marco Antônio Vieira, pai da menina Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, que foi atingida na cabeça por bala perdida e ficou mais de oito horas aguardando para ser operada no Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, informou na noite deste domingo que a menina não resistiu:
— Acabei de perder a minha filha — disse Marco Antônio, acrescentando que ela teve morte cerebral:
— Ela está no aparelho, o coraçãozinho dela ainda está batendo, mas... Infelizmente, ela faleceu. É questão de dias ou horas para que o coração pare de bater. Tudo que podia ser feito para salvá-la foi feito — lamentou, sob o efeito de medicamentos.
No início da noite, a cabeleireira Vanessa dos Santos, de 25 anos, irmã da menina já havia informado sobre a morte cerebral de Adrielly.
— O médico falou que ela está morta. Disse que o coração ainda está batendo, mas o cérebro parou de funcionar — revelou a cabeleireira ao Extra.
Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, estava internada em estado grave desde a noite de 24 de dezembro, quando foi baleada na Rua Amália, em Piedade, em frente à casa da avó.
— Esperança, a gente ainda tinha. Mas a gente sabia que a situação era muito grave. Vamos amanhã (segunda-feira) ao hospital, para resolver as coisas. Os meus pais estão a base de medicamentos e não podem falar — disse Vanessa.
A Secretaria municipal de Saúde confirmou a informação, por volta das 22h deste domingo.
A menina ficou mais de oito horas aguardando uma cirurgia devido à ausência do neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves ao plantão de Natal no Hospital Salgado Filho. Depois de tanta espera, a menina foi transferida para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. O médico que faltou ao trabalho no Salgado Filho prestou depoimento na sexta-feira e revelou que já não ia aos plantões há um mês. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, o diretor-geral do Salgado Filho, Conrado Weber, informou que não tem conhecimento sobre as faltas de Adão Orlando Crespo Gonçalves.
Ao delegado Luiz Archimedes, titular da 23 DP, o neurocirurgião disse que já havia comunicado ao seu chefe, identificado por ele como José Renato Paixão, que não faria o plantão. O médico informou ainda, segundo o delegado, que não concordava com a escala feita pelo hospital e, por isso, há um mês vinha faltando os plantões. No depoimento, ele acrescentou que o hospital não estaria cumprindo o que, segundo ele, é uma determinação do Conselho Regional de Medicina: escalar dois neurocirurgiões por plantão. Na escala estaria apenas ele.
Na sexta-feira, a Secretaria municipal de Saúde informou que o nome do neurocirurgião foi retirado da lista de médicos que vão trabalhar na noite desta segunda-feira, dia 31. Segundo a secretaria, o nome de Gonçalves foi enviado à gráfica onde é impresso o Diário Oficial do Município antes de o médico ter sido afastado de suas funções, o que ocorreu na noite de quinta-feira após a abertura do inquérito administrativo. A secretaria disse ainda que enviará um comunicado oficial à imprensa sobre a mudança e também já está providenciando a correção em seu site.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/menina-baleada-que-esperou-mais-de-oito-horas-por-cirurgia-teve-morte-cerebral-7166060#ixzz2GdM1bqpr
© 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mais uma etapa superada...