As classes sociais no pensamento de
Karl Marx
As classes sociais, para Marx, surgem a partir da
divisão social do trabalho. Em razão dela, a sociedade se divide em possuidores
e não detentores dos meios de produção.
As classes sociais, para Marx, surgem a partir da
divisão social do trabalho.
As relações de produção regulam tanto a distribuição
dos meios de produção e dos produtos quanto a apropriação dessa distribuição e
do trabalho. Elas expressam as formas sociais de organização voltadas para a
produção. Os fatores decorrentes dessas relações resultam em uma divisão no
interior das sociedades.
Por ter uma finalidade em si mesmo, o processo
produtivo aliena o trabalhador, já que é somente para produzir que ele existe.
Em razão da divisão social do trabalho e dos meios, a sociedade se extrema
entre possuidores e os não detentores dos meios de produção. Surgem, então, a
classe dominante e a classe dominada (ou seja, a dos trabalhadores). O Estado
aparece para representar os interesses da classe dominante e cria, para isso,
inúmeros aparatos para manter a estrutura da produção. Esses aparatos são
nomeados por Marx de infraestrutura e condicionam o desenvolvimento de
ideologias e normas reguladoras, sejam elas políticas, religiosas, culturais ou
econômicas, para assegurar os interesses dos proprietários dos meios de
produção.
Percebendo que mesmo a revolução burguesa não
conseguiu abolir as contradições entre as classes, Marx observou que ao substituir
as antigas condições de exploração do trabalhador por novas, o sistema
capitalista de produção em seu desenvolvimento ainda guarda contradições
internas que permitem criar condições objetivas para a transformação social.
Contudo, cabe somente ao proletariado, na tomada de consciência de classe, sair
do papel de mero determinismo histórico e passar a ser agente dessa
transformação social.
As contradições são expressas no aumento da massa de
despossuídos, que sofrem com os males da humanidade, tais como a pobreza,
doenças, fome e desnutrição, e o atraso tecnológico em contraste com o grande
acúmulo de bens e riquezas em grandes centros financeiros e industriais. É só
por meio de um processo revolucionário que os proletários de todo o mundo,
segundo Marx, poderiam eliminar as condições de apropriação e concentração dos
meios de produção existentes. Acabando a propriedade desses meios,
desapareceria a burguesia e instalar-se-ia, transitoriamente, uma ditadura do
proletariado até que se realizem as condições de uma forma de organização
social comunista.
Sabemos que esse ideal inspirou a Revolução Russa de
1917, com a criação da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), que
foi a primeira tentativa de um governo dos trabalhadores tendo em vista a
construção da sociedade comunista. No entanto, os fracassos dessa experiência
ainda nos permitem pensar no papel da propriedade privada no interior da
sociedade. Se ela provoca as desigualdades, mas também a sua forma de uso
coletivo não se mostrou adequada, como pensar, nos dias de hoje, a relação entre
política e economia? Ainda que não haja respostas contundentes sobre esse
assunto, parece ser o desafio do nosso tempo enxergar as contradições do
sistema e buscar, de modo adequado, tomar consciência de que a transformação
exige a participação de todos.
Assim, parece inquestionável o papel de Marx para os
pensadores de nossos dias. Ainda que a solução encontrada por esse autor tenha
ganhado concretude (fiel ou não a ele), é importante retomar sua crítica ao
sistema visando sanar as contradições que estão evidenciadas em nosso
cotidiano.
http://www.brasilescola.com/filosofia/as-classes-sociais-no-pensamento-karl-marx.htm
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