sábado, 13 de julho de 2013

Muito bem...

Casal gay americano adota filho com ajuda de rede social
Internet é uma ferramenta poderosa para intermediar adoções, mas especialistas alertam para os riscos da rede.
Brad Letson e Brad Benton eram um entre muitos casais na fila de adoções dos Estados Unidos em 2009. Como em outros casos, enfrentavam a ansiedade e as adversidades burocráticas do processo, com contornos ainda mais complexos pelo fato de serem gays.

Eles então resolveram expor sua história no Facebook e, em seis horas, encontraram a mulher que carregava no ventre o que viria a ser seu futuro filho.

A internet se tornou uma poderosa ferramenta para intermediar adoções. Especialistas advertem, no entanto, que a conexão pela rede também traz sérios riscos.

Em 2009, o casal de Silver Spring, no Estado de Maryland, recebeu um certificado de idoneidade das autoridades, atestando que haviam cumprido todos os requisitos para adotar uma criança. Eles haviam recorrido a uma agência de adoções e entraram na fila.

"Uma noite, após nove meses de espera por um telefonema da agência (de adoções), vimos na TV a entrevista de um casal que havia encontrado pelo Facebook uma mãe disposta a entregar seu filho à adoção. Decidimos fazer o mesmo", disseram em entrevista à BBC Mundo.

Brad Letson e Brad Benton com o filho adotivo. "Colocamos o anúncio no Facebook contando nosso caso, com um link para um site que havíamos criado. O anúncio nesse caso pode ser personalizado para aparecer no perfil de amigos de amigos ou de usuários com perfis específicos."

Para sua surpresa, em apenas seis horas, o casal recebeu um e-mail da mulher que viria a ser a mãe de seu filho - uma jovem grávida de quatro meses que considerava entregar a criança à adoção. "Ela leu a nossa história e gostou. Além disso, achava que não poderia dar ao filho tudo o que desejava", contam.

"Trocamos e-mails durante duas semanas e logo falamos pelo Skype, por meses. Um mês antes de dar à luz, ela nos comunicou oficialmente que queria entregar seu filho para nós." afirmou o casal que três anos depois, ainda mantêm contato com a mãe biológica do menino Kyler. Ela visita o filho várias vezes por ano e é chamada de mamãe.

"Ela queria uma adoção aberta, e nós também. Falamos com ela quase todos os dias. Temos sorte que ela queira fazer parte da vida de nosso filho", dizem.

Alerta
Adam Pertman , diretor do Instituto de Adoções Evan B. Donaldson, de Nova York, admite que "a internet está mudando as adoções" consideravelmente.

"Há muito mais acesso a informação, além da possibilidade de contato direto entre pais e mães que querem adotar e pessoas que estão dispostas a entregar seus filhos a adoção", diz.

No entanto, ainda que a internet facilite o contato e até acelere e barateie o processo, Pertman alerta que é preciso prudência: "Este não é um mercado onde se compram e se vendem coisas. Trata-se de mudar a vida das pessoas e para isso é necessária a ajuda de profissionais, que deem assessoria a questões legais e apoio psicológico a futuros pais e a mães que vão entregar seus filhos a adoção", explica.

Pertman diz que o maior risco da internet é que casais afoitos tentem adotar sem pensar nos requisitos legais necessários e também alerta para o fato da web ser um terreno fértil para golpes de quem busca aproveitar a boa-fé dos pais adotivos.

Políticas ultrapassadas
Pertman diz que "as autoridades dos EUA ainda não estão conscientes" das mudanças trazidas pela internet. Ele defende a reforma da legislação para se adequar à nova realidade.

Apesar de todos os desafios, Brad Letson e Brad Benton gostaram tanto da experiência que, um ano após adotarem Kyler, puseram outro anúncio no Facebook em busca de um novo membro para a família.

Dessa vez as coisas não foram tão rápidas. Eles chegaram a fazer contato com os pais de duas crianças, que acabaram mudando de ideia ao longo do processo.

"Não se pode perder a fé. É preciso ser perserverante e persistente", asseguram.

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