Como agir se filho adolescente
namorar uma pessoa mais velha
Os boatos sobre o "namoro"
de Nicole Bahls, 27 anos, e Enzo, 16, surgiram durante o Carnaval deste ano.
Conversar. Essa atitude é
unanimidade entre os especialistas em comportamento adolescente ao serem
questionados sobre como os pais devem reagir quando os filhos se relacionam com
pessoas mais velhas.
E conversar foi exatamente o que a
atriz Claudia Raia fez quando soube do envolvimento de seu filho, Enzo, de 16
anos, com Nicole Bahls, 27, uma das assistentes de palco do programa
"Pânico na Band". Segundo entrevista da atriz ao portal do jornal
"O Globo", ela se tranquilizou após ter conversado com o rapaz.
Claudia considerou o interesse do garoto por Nicole natural tanto pela idade
dele, quanto pelo fato de ela ser uma mulher muito atraente.
Outro pensamento compartilhado pelos
especialistas ouvidos pelo UOL Gravidez e Filhos é a ineficácia da proibição
por si só, afinal os adolescentes, geralmente, estão preparados para contestar.
A psicóloga Mônica Bühler,
especialista em psicologia clínica, explica que os adolescentes são
imediatistas e podem recorrer ao relacionamento com uma pessoa mais velha como
forma de agredir e desafiar os pais ou até por carência e transferência de
afeto. Mônica enfatiza que proibir essa relação é a pior forma de lidar com
ela. "Quando o jovem ouve um não, ele tem sua vontade aguçada",
afirma.
Para Caio Feijó, mestre em
psicologia da infância e da adolescência, a diferença de idade nos namoros
adolescentes não deve ser tratada como um problema, já que, hoje em dia, o que
define a maturidade não é mais a faixa etária e sim o desenvolvimento
psicossocial.
"Um jovem com 16, 17 anos pode
ter a cabeça superequilibrada e atrair uma pessoa mais velha por isso",
diz Feijó. "Também acontece o inverso, de haver pessoas de 28 anos com um
comportamento infantilizado", completa. O psicólogo acrescenta que,
socialmente, essas ligações enfrentam muitas críticas e a psicologia não tem
uma resposta exata se podem ser saudáveis ou não.
A questão principal que envolve a
relação entre pais e filhos adolescentes está no diálogo. É preciso ser
presente e se envolver com a vida do jovem para conseguir lidar com o
relacionamento dele.
De acordo com Sandra Vasques,
psicóloga e educadora do Instituto Kaplan, organização não governamental de
estudos sobre a sexualidade humana, quando não existe essa relação de
cumplicidade entre pais e filho tudo se complica, porque, no momento em que o
adulto questionar o relacionamento do jovem, este verá a conversa como uma
cobrança.
"Os pais têm de conversar
diariamente e se interessar pelos assuntos dos filhos", diz Sandra, que
reforça a necessidade de se dar responsabilidades aos jovens, assim como deixar
que eles percebam as consequências de seus atos. "A comunicação tem de ser
sempre positiva e os pais não devem reprovar o romance de cara, e sim procurar
entender como o jovem se sente com aquele relacionamento", afirma Sandra.
Estar por perto e conhecer os
ambientes frequentados pelo adolescente e seus amigos também são atitudes
necessárias para um relacionamento saudável entre pais e filhos. Trazer as
pessoas que convivem com o jovem para dentro de casa permite aos adultos
observar melhor a relação.
Caio Feijó afirma que é fácil para
aqueles pais que têm o hábito de supervisionar o que acontece no dia a dia do
filho perceber se o namoro está influenciando negativamente na vida do jovem.
"Vários sinais indicam se há uma mudança negativa, como começar a beber e
a fumar e o desinteresse pelas coisas da família."
Para esclarecer definitivamente
qualquer inquietação que um relacionamento porventura cause, a melhor tática é
conhecer a família do namorado ou namorada do adolescente. "Marcar um
almoço para reunir as famílias é uma boa ideia para observar a dinâmica
familiar dessa pessoa, trocar informações e com isso saber se o jovem quer
mesmo ir adiante com o relacionamento", finaliza o psicólogo.
http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2013/05/31/como-agir-se-seu-filho-adolescente-namorar-uma-pessoa-mais-velha.htm
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