PEGADINHA GRAMATICAL
Intencionalidade da linguagem publicitária
Recursos
estilísticos de toda ordem configuram a intencionalidade da linguagem
publicitária, até mesmo alguns desvios linguísticos.
A intencionalidade
da linguagem publicitária é demarcada por alguns recursos estilísticos e até
mesmo alguns “desvios”.
Quando se faz referência
à linguagem publicitária, constata-se que esta se perfaz de algumas
características, como o uso da linguagem conotativa. Sabemos também que tal
ocorrência se manifesta em virtude da intenção que o emissor deseja dar ao seu
discurso – o de persuadir o interlocutor. Dessa forma, recursos estilísticos
são a ele disponibilizados, como as figuras de linguagens e até mesmo alguns
“desvios” linguísticos.
Assim sendo, é sobre
esses últimos que discorreremos, elegendo como exemplo uma propaganda bastante conhecida
por todos, ora referente a uma instituição bancária, a qual se expressa da
seguinte forma:
“VEM PRA CAIXA VOCÊ
TAMBÉM”
Não é preciso ir
muito além para constatar que em se tratando do modo imperativo, o emissor
deveria ter optado por “venha”, e não “vem”. No entanto, caso as regras
gramaticais tivessem prevalecido, certamente que a harmonia melódica teria se
desfeito. Constatação muito simples, haja vista que “vem” rima com “também”.
Materializando o fato em questão, obteríamos:
Venha para Caixa
você também.
Ou ainda:
Vem para Caixa tu
também, bem ao gosto do linguajar gaúcho. Aqui, até que a rima seria mantida,
mas só teria aceitabilidade naquela região (sul do Brasil).
Chegamos à conclusão
que além desse “desvio”, manifestado pela troca do pronome “tu” por “você”,
ainda há de se notar a presença do “pra”, configurando uma forma reduzida da
preposição “para”.
Fatos assim ocorrem
não somente na linguagem publicitária, mas também nas canções musicais e na
linguagem literária como um todo – dada a presença da licença poética concebida
ao artista.
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