A ARTE COMO PARTE DA CULTURA
Através
do esforço físico e intelectual o ser humano desenvolveu ao longo dos anos,
séculos e milênios, sua existência, a qual deu o nome de cultura. É através
dela que conseguimos reunir todos os avanços e conquistas, misturá-las com os
sonhos e esperanças para caminhar rumo ao futuro. Tudo isso foi e é possível,
pelo fato do ser humano ter a capacidade de imaginar e antecipar a criação,
assim desenvolveu habilidades que chamou de arte.
Na
forma de consciência estética é que a arte se situa. Esta forma de consciência
é constituída por: sentimentos, gostos, impressões, imaginação etc. tanto assim
que a estética é definida como a “faculdade de sentir” que tem cada ser humano.
Esta
faculdade, se desenvolve, por um lado espontaneamente. Pela intuição as pessoas
conseguem diferenciar o belo do feio, o simples do elegante, a harmonia do
barulho, a combinação da descombinação das cores etc.
Há
por outro lado, o nível científico da consciência estética, onde as teorias
explicam as experimentações, a lógica e o valor das descobertas, as origens e
as leis de seu desenvolvimento, função que desempenha na sociedade etc. Por
isso a estética também traduz os interesses de classes de uma sociedade.
A
consciência estética portanto, determina a reflexão do ser humano que vive em
sociedade e lhes dá a noção de sua importância social.
A
consciência estética se desenvolveu a partir das atividades práticas que
acompanharam e formaram o ser humano desde a sua origem, quando teve que buscar
através da criatividade, formas de produzir sua existência. Mas incluiu-se
neste criar, a beleza, pois não se tratava somente de produzir alimentos, mas
sim de percebe-los e transformá-los em obras de arte. Assim surgiu o “artista”
no sentido amplo. A imaginação ia além do que o indivíduo tinha capacidade de
realmente fazer.
Ou
como nos diz Souza Barros: “O homem já em grupo organizado torna-se artesão. A
capacidade de criar instrumentos levou-o a essa posição excepcional. O caminho
da arte já se revelava, pois na medida em que ele tinha conseguido ou dado
forma independente aos sonhos e imagens encontrou os meios de expressão para
uma linguagem simbólica”.
Não
se tratava portanto, para dar um exemplo, apenas de plantar a semente que
produziria o alimento. O cuidado com a limpeza da terra, a ordem em que se
colocava as sementes enfileiradas, o cuidado com os insetos predadores, o
recolhimento através da colheita, a armazenagem, o preparo do alimento e a
forma de servi-lo. Ainda restavam as sobras após fartar-se, a que se deveria
dar algum destino.
A
Arte acompanhou a produção da existência, foi e é parte da cultura. Ajuda a
compor a consciência estética dos indivíduos e dos grupos sociais.
Vamos
então destacar alguns aspectos que contribuem para interpretar e impulsionar a
valorização da arte no MST.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Como
nos diz M. Chaui, “A palavra arte vem do latim ARS e corresponde ao termo grego
TECHNE, técnica, significando: o que é ordenado ou toda a espécie de atividade
humana submetida a regras. Em sentido lato, significa habilidade, desteridade,
agilidade. Em sentido estrito, instrumento, ofício, ciência...”
Se
a arte significa técnica e, por tanto, o que é ordenado, a obra de arte tem
características que estão vinculadas às habilidades humanas, mas também ao
conhecimento de regras.
Segundo
nos diz a mesma autora, os antigos filósofos faziam uma distinção, onde se
separava “Ciência-Filosofia de arte ou técnica”, e que poderíamos
caracterizá-la da seguinte forma:
As
que auxiliavam a natureza como; a medicina e a agricultura
As
que fabricavam objetos utilizando a natureza, como o artesanato
E
as que se relacionavam com o homem para torná-lo melhor ou pior como, a música,
poesia, canto etc.
Com
o surgimento do capitalismo, houve a valorização do trabalho e as artes
sofreram uma nova separação, distinguindo-se entre:
Artes
de utilidade – as que são úteis ao homem como: a medicina, a agricultura, a
culinária, o artesanato etc.
Artes
de beleza - aquelas cujo fim é o belo como: pintura, escultura, arquitetura,
poesia, música, teatro e dança. Nasceu assim o conceito das (sete) belas artes.
Dessa
forma é que a sociedade passou a entender a arte, separada da técnica. Entendo que
arte é “ação individual espontânea vinda da sensibilidade e da fantasia do
artista como gênio criador”. O técnico passou ser um indivíduo que aplica
regras e receitas e, o artista (profissionalizado), aquele que tem inspiração,
ou “iluminação interior”. Surgiu com isso o “juízo de gosto” onde o público
avalia e julga as obras feitas por alguém que está muito acima dele.
No
último século porém, segundo a autora, houve uma modificação na relação entre arte
e técnica. A técnica passou ser “tecnologia”, forma de conhecimento e, a arte
“expressão criadora” menos misteriosa. Uma passou a depender da outra para se
desenvolver. “As artes não pretendem imitar a realidade, nem pretendem ser
ilusões sobre a realidade, mas exprimir por meios artísticos a própria
realidade”.
JUNTANDO AS PARTES
Todos
os gestos humanos empregados para produzir a existência tem sua beleza e por
isso consideramos arte. Fazem parte da consciência estética do indivíduo.
É
justamente este esforço e este reconhecimento que pretendemos com a revolução cultural;
imprimir mais beleza e arte na assimilação e implementação dos conhecimentos
técnicos. Dessa forma, as técnicas agrícolas por exemplo, para nós terão também
um significado estético que, desafiará a criatividade dos Sem Terra, no
cultivo, produção, industrialização, empacotamento e colocação dos produtos no
mercado.
Estes
avanços devem nascer da sensibilidade, preocupação e interesse dos artistas,
que, em nosso caso, são todos os componentes do MST. Porque esta arte não pode
retratar apenas a ansiedade e percepção de um artista, mas toda a realidade em
transformação. Assim o cultivo da terra que germina a semente e sustenta as
raízes, não será apenas matéria de poesia para o poeta que capta com sua
sensibilidade esta reação, mas a própria existência da terra que esconde
aspectos preciosos e que encanta por si mesma, sem esperar que as letras das
músicas e poesias revelem o que por si só já é uma revelação.
A
pintura e o melhoramento das casas, representa o despertar da consciência do artista,
onde, a combinação das cores artificiais, se combinam com os infinitos matizes
naturais, criando assim sintonia entre, a beleza produzida e a beleza criada.
A
ornamentação feita através de jardins e pomares implantados, ajudam a
desenvolver a forma arquitetônica da consciência, onde a casa é a referência
primeira e, ao seu redor, vão germinando as sementes de beleza, que darão
destaque à moradia onde vivem seres humanos, que usufruem o direito de criar a
própria liberdade.
O
escavar o chão com as enxadas, torna o lado escultor do Sem Terra, sensível,
onde não se pode simular os gestos, devem ser reais para que o “carpido”
apareça como resultado do esforço empregado.
O
real e o desejo dos sujeitos vivos se misturam, não simplesmente na poesia, mas
no movimento que forma essa nova realidade. Arte é dar forma à imagem de algo
que nunca existiu.
Dessa
mistura de gente com terra é que acontece a reforma agrária, e não apenas com a
distribuição da terra. Distribuir terra é somente técnica, misturar gente com
terra é arte e técnica se juntando. Arte então são, “p-artes” que se juntam
para formar uma nova realidade, eis o conceito que surge de nosso caminhar
político.
É
portanto uma mistura de realidade com a intuição de um futuro que almeja vir a
ser, por isso, artistas são aqueles que sempre estão à frente na interpretação
e aceitação dos desafios.
Dessa
maneira, Sem Terra deixa de ser condição social para tornar-se sócio artístico
que cava na própria consciência o aterro para edificar a nova história. Sem
beleza a luta não vinga, pois não atrai energia para fortalecer-se.
O
complicador é quando o “artista” retrata apenas de forma abstrata esta realidade,
e não se deixa compreender, nem possibilita os “espectadores” se vincularem a
ela, porque substitui por uma imagem irreal o sujeito da construção da
história. Quando abandona a técnica e não compreende a realidade, por isso
transporta-se para o além. Assim a arte deixa de cumprir com sua função de
incentivadora das mudanças sociais.
A
arte cumpre o papel de ajudar a interpretar a realidade e, ao mesmo tempo que
“destapa” o que está escondido em suas dobras, liga-se com as impossibilidades
de realização imediata, mas alimenta a utopia sem tirar os pés do chão.
A
arte é o grito simbólico que avisa que, o que existe pode ser diferente.
“A
arte é a reflexão da realidade em imagens artísticas, que traduzem o mundo
espiritual da sociedade. Cumpre assinalar que a arte manifesta não somente o
mundo espiritual dos artistas, mas praticamente todos os sentimentos
sociais...”
Assim
é que nasce a mística socialista, sendo ela o desejo de antecipar o impossível
em imagens simbólicas, possibilitando o começo de sua edificação no tempo
presente.
A
arte ao mesmo tempo que retrata esta combinação entre o real e o ideal, reflete
a ideologia de classe, se o artista tiver esta preparação e percepção. Um
artista que ignora a realidade social, reproduz apenas sentimentos distorcidos.
A
classe dominante se utiliza da arte para obscurecer os aspectos de dominação da
classe trabalhadora, esta por sua vez, deve utilizar a arte para esclarecer e
desvendar os aspectos obscuros da realidade para transformá-la.
Neste
sentido as obras de arte tem: conteúdo, mensagens, imagens, sons, cores etc.
são signos que representam a intenção e a realidade ao mesmo tempo,
entrelaçando as partes, emitindo novas sensações e reações, forjando novos
acontecimentos.
Esta
consciência estética se forma e se transforma na medida em que vai-se
transformando o ser social, este irá desenvolvendo novas formas de produção
artísticas, adequadas aos hábitos e relações sociais.
A ARTE E A FUNÇÃO NO MST
Há
sinais de manifestação artísticas na construção do MST que devemos valorizar
como elementos da construção da consciência estética como por exemplo, o
aprendizado de fazer e alinhar os barracos nos acampamentos, ou a organização
das filas nas marchas. São aspectos que representam o gosto pela beleza e a
criatividade de demonstrar para a sociedade os aspectos bonitos da organização.
Os
materiais didáticos que recorrem à ciência e à técnica para serem elaborados,
demonstram o aspecto consciente da arte que a militância desenvolve.
Mas
é na mística que se revela a sensibilidade artística de milhares de pessoas,
fundamentalmente quando se usa o teatro como forma de expressá-la. “O teatro
reinventa o homem, apresenta-o e faz da existência uma contínua criação”.
Há
um prazer incontido em representar a história que trás em si a “gabolice” do
caipira, que sem deixar de mostrar suas deficiências, nunca perde, porque
quando o conto está ameaçado, recorre aos sonhos para antecipar a realidade que
deseja construir.
Retrata-se
a dor, a morte e o sofrimento, mas a dinâmica da peça da vida, apresenta a
solução final vitoriosa quando, simbolicamente, expulsa o imperialismo, derruba
as cercas, põe comida farta sobre a mesa para que todos participem do banquete,
e, usando todas as cores, desenha o raiar do sol do socialismo.
Esta
mística que forja o arquétipo de um novo sujeito histórico, arquiteto dos
próprios sonhos, precisa conduzir para uma permanente encenação real, de
figurantes que se transformam em artistas, na cooperação do trabalho, na
participação das decisões políticas, no embelezamento do espaço geográfico, nas
relações afetivas, na diversão e na festa.
Além
do mais, essa capacidade de criar e encenar, deve sair dos encontros e se
reproduzir no local onde as pessoas que vão aos encontros vivem. Porque é
possível fazer uma encenação por dia em um encontro e, as mesmas pessoas não
conseguem fazer uma encenação por mês em seu assentamento?
É
porque, para criar precisa-se de liberdade. Precisamos libertar o que está preso
dentro das pessoas que evitam expor-se diante dos seus iguais, por isso é mais
fácil soltar-se diante dos “desconhecidos”. Mas por outro lado é preciso ajudar
a criar. A encenação para nós não é um faz-de-conta, são sonhos virando
realidade. Só o exercício treina.
Nossa
arte vai além das belas artes (música, poesia, teatro, dança, arquitetura,
pintura e escultura) liga-se à vida e a utopia socialista. Precisamos levar a
matéria de Educação Artística para fora das escolas. Por que somos antigos
espectadores que se transformaram em “artistas” da própria história.
É
preciso abrir-se para a sensibilidade, eliminar os preconceitos e os complexos
reprimidos para não somente libertar a arte, como também a cultura e o ser
humano.
Para
que isso aconteça precisamos evoluir no pensamento filosófico do que representa
esta transformação, do jeito de produzir nossa existência.
REPRESENTAR-SE A SI PRÓPRIOS
Há
uma tese de José de S. Martins, analisando a música sertaneja, onde diz que, o
caipira sempre foi representado: “... não é o verdadeiro caipira quem compõe e
canta. Cada compositor e cantor procura adequar-se á imagem do caipira, fazendo
de conta que é caipira”.
Para
onde vai então a sensibilidade deste ser Sem Terra, que busca na desobediência
civil auto afirmar-se como sujeito histórico? As cidades quebram a rotina com
os seus passos em procissão. Os bancos fecham o expediente do costumeiro
atendimento para receber clientes especiais que, prometem voltar só no ano
seguinte, para fazer cumprir as promessas dos governantes.
Não!
O lote e a desorganização não podem ser mais fortes que o anseio e a mística
para destruir em poucos dias este artista da política, que prefere encolher-se
e delegar aos outros o direito de representá-lo. Por que volta a ser espectador
se a pouco era o próprio artista?
Os
poucos que representam, passam a substituir os milhares de sujeitos em algumas áreas
necessárias para o consumo interno como, a música e a pintura. Voltamos então a
entender a arte com o estreito conceito de ser somente música e pintura.
Isso
pode ser ainda pior do que “representar o caipira”. Abandona-se o seu potencial
de criatividade e acompanha-se a indústria de consumo, preenchendo este oco
deixado pela música raiz, moda de viola, catira, reisado, forró etc., com o
Reeg o Funk ou o “sertanejo pop” como se fossem ritmos mais revolucionários. As
verdadeiras raízes musicais nascidas no campo, quase sempre são alimentadas,
por cantores informais nas “periferias” dos encontros e reuniões, que sem
incentivo para subirem ao “palco”, protestam a seu modo, com suas gargantas
empoeiradas e dedos lanhados que arrancam das cordas o que aprenderam de
ouvido.
É
por isso que a música, (mesmo sendo o aspecto de maior desenvolvimento) também
no MST, está deixando de ser arte, no sentido que disse Rosa ao entrevistar
João Pacífico, caracterizando a mudança de instrumentos, ritmos e conteúdo “...
a música deixou de ser arte, expressão da alma do povo para se transformar numa
indústria gigante... A esta altura o capiau já perdera a ingenuidade e a roça,
o encanto”.
É
nesse contexto que ao mesmo tempo que parecem perderem a ingenuidade, os Sem
Terra, perdem também as raízes culturais. Pela falta de disposição para
resgatá-las e, por não ter nome e fama, valoriza-se pouco àqueles que com seus
velhos instrumentos, poderiam representar-se a partir do lugar onde vivem, e
não ser representados por àqueles que os representam com os olhos, os hábitos e
os vícios da cidade.
A
valorização daquele “que ainda espera por acontecer” passa pela valorização e
mudança de método com aqueles já “acontecidos”. É desgastante e pouco frutífero,
levar cantores nossos a deslocarem-se por longas distâncias, para cantarem
músicas já “batidas” e algumas com mensagens ultrapassadas, que a própria massa
já canta sem acompanhamento. A estes cabem programações mais intensas onde se
busque descobrir novos aspectos do trabalho de base, como já dissemos em outras
ocasiões, da valorização da noite, da fogueira e daqueles que já não tem
condições e nem vontade de participar de eventos. Assim nossos cantores
obrigam-se a ir além da animação, mas buscar elementos para tornarem-se
“maestros” que regem o aprendizado e deixam sementes geminando no campo da arte
quando vão embora.
Esta
iniciativa passa também pela valorização dos cantores, poetas, escultores,
animadores etc. locais, para que dinamizem através da arte o desenvolvimento da
consciência estética.
Por
isso é de fundamental importância o que o Mineirinho vem fazendo em São Paulo,
onde procura, não só resgatar a viola, mas os sons e o conteúdos produzidos por
ela na cultura regional.
No
alto clero da música brasileira, fala-se em “Turner” com espetáculos montados.
Não é o nosso caso, mas é fundamental implementar o método de montar
espetáculos sobre a própria realidade com grupos de animadores da cultura no
próprio estado. Não existe somente o militante da política, existe também o
militante da arte que se transforma em política da: música, poesia, teatro,
pintura, escultura. Fala-se em festivais e “Mostras” nacionais, são boas iniciativas,
mas há um espaço enorme para o indivíduo “se mostrar” ali próximo de onde vive.
Muitas dúvidas de encaminhamentos acontecem porque as ideias avançaram muito
além da prática e da realidade concreta. É preciso fazer as pernas apressar-se
para acompanhar a cabeça.
É
verdade que em nosso movimento todas as expressões culturais tiveram e ainda
tem dificuldades de serem reconhecidas, não por maldade, mas por
desconhecimento. A música teve, por necessidade de recreação, incentivo e
tolerância maior. Mas este espaço conquistado pela música não faz jus à qualidade
no momento presente. Podemos dizer que, a música cavou seu espaço no MST e se
acomodou.
Circula
em torno de sua própria ordem e não sobre a ordem da necessidade que a
organização tem, de destapar os desafios e elevar a motivação para buscar sua
superação. Ela já não reflete na totalidade a alma dos Sem Terra.
Arte
não é imitar nem copiar, é criar, como disse José Martí: “Reproduzir não é criar,
e criar é o dever do homem”
.
Então o espaço conquistado deve ser ampliado e qualificado. Não somente criar
letras (que no momento estão aquém das necessidades) mas ritmos que resgatem as
raízes e valores morais. Enfim, imprimir arte nesta área.
Avançaremos
quando as peças de teatro forem escritas e menos improvisadas nas místicas dos
encontros. Quando as crianças em concursos semanais de pintura, modificarem a
aparência da escola. Quando as letras das músicas contribuírem para a mudança
de comportamento Quando os adultos valorizarem a beleza como parte constitutiva
da vida. Enfim, quando cada Sem Terra assumir a responsabilidade de que é arquiteto
da própria existência e cada área conquistada tornar-se uma escola de
valorização e formação de artistas revolucionários.
Todas
as produções artísticas se mantém atuais quando a vida não consegue passar
adiante das mensagens, das palavras, dos traços e dos valores de um povo.
Em
cada consciência há um fogo que arde é preciso libertá-lo antes que se apague.
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Ademar
Bogo
Julho
de 2001
Souza
Barros. Arte Folclore, subdesenvolvimento. Civilização Brasileira. 1977.
Chaui,
Marilena. Convite à Filosofia. Ática. SP 2000
Idem.
B.
I. Siussiukálov. Fundamentos metodológicos e métodos de estudo da filosofia.
Edições Progresso
Joana
Lopes. Pega Teatro. CTEP. São Paulo 1981.
J.
S. Martins. Capitalismo e Tradicionalismo. Biblioteca Pioneira de C. Sociais.
SP 1975.
Rosa
Nepomuceno. Música Caipira da Roça ao Rodeio. Editroa 34, SP 1999
“José
Martí. Versos Singelos
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