terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Mais que preocupante...


Pesquisa diz que 40% dos jovens não confiam na proteção da camisinha
Levantamento no Brasil ouviu 1.208 pessoas entre 18 e 29 anos.
Sábado (1º) é o Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Pesquisa brasileira que ouviu de 1.208 pessoas com idades entre 18 e 29 anos de 15 estados aponta que 40% dos jovens do país acreditam que a camisinha não protege de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como a AIDS, ou de uma possível gravidez.

Segundo a “Agência Brasil”, que divulgou os dados, as informações são parte da pesquisa “Juventude, Comportamento e DST/AIDS” que foi elaborada pela Caixa Seguros, com apoio do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). A divulgação oficial da pesquisa deve ocorrer na próxima semana.
O estudo aponta que 91% dos entrevistados já fizeram sexo alguma vez, 36% não usaram preservativo na última vez que tiveram relações sexuais e apenas 9,4% foram a um centro de saúde nos últimos 12 meses para obter informações ou tratamento para DSTs.
A pesquisa também fornece dados sobre o desconhecimento do brasileiro sobre a AIDS e a transmissão do vírus HIV. Um em cada cinco jovens entrevistados acredita ser possível contrair a doença utilizando o mesmo talher ou copo de quem está infectado; já para 15% dos entrevistados, enfermidades como malária, dengue, hanseníase ou tuberculose são DSTs.
Estudantes formam o símbolo da luta contra a AIDS durante ação realizada em Taipei, em Taiwan. Ministério está preocupado com homossexuais mais jovens
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde em novembro apontam um crescimento dos casos de AIDS entre os jovens, especificamente entre os homossexuais com idade entre 15 e 24 anos.  Em 2002, homo afetivos com essa faixa etária eram pouco menos de 40% dos casos. Atualmente, essa mesma camada da população já ultrapassou os 50% dos casos.
Ainda de acordo com o governo federal, com informações do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/AIDS (Unaids), o Brasil tem atualmente entre 490 mil e 530 mil soropositivos. Dado anterior, de 2010, utilizado pelo governo até então apontava que o país abrigava 630 mil infectados.
A região com a maior concentração de casos da doença no país é o Sudeste, com 43,8% do total. Porém, na taxa de incidência por habitante, a doença aparece mais nos estados do Sul – o Rio Grande do Sul lidera a lista, com 40,2 casos para 100 mil habitantes, seguido pela Santa Catarina, com 36,4. O vírus é mais comum nas cidades maiores – acima de 500 mil habitantes –, e tem seus menores índices nos municípios com menos de 50 mil pessoas.
Em quatro capitais do país, maioria ignorou camisinha em primeira relação sexual.
Maioria ignora camisinha em primeira relação sexual
Em setembro, pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) feita em quatro capitais brasileiras apontou que 73% dos brasileiros não usaram nenhum método contraceptivo em sua primeira relação sexual. Entre as pessoas que se preveniram, 26% usaram apenas a pílula ou o coito interrompido, deixando a camisinha de lado.
O dado é preocupante porque a camisinha é o modo mais importante de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), dizem especialistas. Para o líder da pesquisa, a falta de cuidados na primeira vez está ligada ao comportamento típico dos adolescentes.
“O adolescente age por impulso, é da natureza dele”, afirmou Afonso Celso Pinto Nazário, chefe do departamento de ginecologia da Escola Paulista de Medicina, da Unifesp.
Nazário acredita ainda que os jovens tenham relaxado em relação à prevenção contra o HIV. “Como hoje a AIDS não é mais letal, houve uma afrouxada do medo”, apontou o especialista.
Na avaliação dele, a melhor forma de incentivar o uso do preservativo é por meio de campanhas de divulgação. “É uma atividade constante de informação”, disse Nazário. “Como [as pessoas] relaxam, tem que martelar sempre”, completou.
A pesquisa ouviu três mil homens e mulheres em Belo Horizonte, Curitiba, Recife e São Paulo, sendo 750 em cada cidade. O objetivo inicial era avaliar os riscos da gravidez na adolescência, um “problema” comum no Brasil.
“A gravidez na adolescência é um problema social e econômico”, afirmou o professor da Unifesp. “A mulher grávida adolescente vai ter que retardar várias metas da vida”, completou. Ele apontou dificuldades médicas que as adolescentes gestantes enfrentam como o maior número de partos prematuros e cesarianas. O estudo foi conduzido pela Unifesp em parceria com a farmacêutica Bayer.

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