sábado, 31 de agosto de 2013
Língua afiada...
PEGADINHA GRAMATICAL
Figuras de pensamento
Figuras de pensamento
representam uma subdivisão das figuras de linguagem, cuja ideia é explorar o
sentido expresso pelas palavras, tendo em vista o significado que apresentam.
Figuras de pensamento –
recursos estilísticos que fazem referência ao significado das palavras
Figuras de pensamento... Por
que assim se denominam?
Antes de chegarmos à conclusão
a qual pretendemos, torna-se viável levarmos em consideração dois aspectos
tidos como básicos: o primeiro é que por pertencerem às figuras de linguagem,
constituem-se de um tom conotativo, ou seja, não se assemelham àqueles textos
que não nos permitem mais de uma interpretação, pelo simples fato de primarem
somente pela objetividade. As figuras de pensamento trabalham a subjetividade,
exploram a riqueza de significados escondidos por trás de uma determinada
ideia, de uma determinada expressão.
O segundo aspecto diz respeito
ao vocábulo “pensamento”, visto que ele se encontra intrinsecamente relacionado
a essas ideias como sendo manifestações oriundas da atividade humana. Eis aí o
ponto central de nossa discussão: as figuras de pensamento trabalham mais a
questão daquilo que se encontra implícito, ou seja, daquilo que revela a
intenção que o emissor quis provocar em seu interlocutor do que a questão
voltada para aspectos sintáticos, relacionados à construção das orações. Sendo
assim, vejamos suas classificações:
Antítese
Consiste na aproximação de
palavras ou expressões cujos sentidos contrastam entre si:
A instabilidade das cousas do
mundo
Nasce o Sol, e não dura mais
que um dia,
Depois da Luz se segue a noite
escura,
Em tristes sombras morre a
formosura,
Em contínuas tristezas a
alegria.
Porém se acaba o Sol, por que
nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que
não dura?
Como a beleza assim se
transfigura?
Como o gosto da pena assim se
fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a
firmeza,
Na formosura não se dê
constância,
E na alegria sinta-se
tristeza.
Começa o mundo enfim pela
ignorância,
E tem qualquer dos bens por
natureza
A firmeza somente na
inconstância
Gregório de Matos
Percebemos que distintos
elementos são opostos entre si, tais como: dia x noite/tristezas x alegria,
entre outros.
Ironia
Consiste em exprimir, seja por
meio do contexto, pela contradição de termos ou pela entonação, o contrário do
que realmente se encontra demarcado no discurso, cuja intenção é a de tão
somente satirizar ou ridicularizar um dado pensamento.
Aquele garoto é um anjo, vive
arrumando confusões e se metendo em encrencas.
Eufemismo
Figura que se caracteriza pelo
emprego de uma palavra cujo intuito é o de suavizar uma verdade tida por
chocante, desagradável:
Coitado! Entregou sua alma a
Deus.
Gradação
Caracteriza-se pela expressão
progressiva do pensamento, partindo de uma escala que pode variar, ou seja,
tanto pode ser demarcada por uma ordem decrescente para crescente ou
vice-versa:
Havia o mundo, o Brasil
inteiro e mais você pra torcer por mim nesta nova caminhada.
Hipérbole
Figura que consiste no uso
exagerado de uma expressão, cujo objetivo é realçar a ideia ora expressa:
Derramou um rio de lágrimas.
Prosopopeia ou personificação
Consiste em atribuir
qualidades ou ações de seres animados a seres inanimados:
Um frio inteligente (...)
percorria o caminho (Clarice Lispector)
Paradoxo
Figura resultante da
aproximação de palavras de ideias contraditórias que aparentemente parecem se
excluir, mas que mediante o contexto reforçam a ideia retratada:
Quanto mais trabalho, mais
passo por dificuldades financeiras.
Apóstrofe
Essa figura é demarcada pela
invocação de uma pessoa ou algo, sejam estes reais ou imaginários.
Sintaticamente falando, representa o vocativo, cuja manifestação confere um
caráter enfático ao discurso:
"Deus! ó Deus! onde
estás, que não respondes?" (Castro Alves).
Perífrase
Consiste no uso de uma
expressão que designa um determinado ser por intermédio de alguma de suas
características ou por meio de um determinado fato que o fez ser conhecido
entre todos:
O “Boca do Inferno” se revelou
como principal representante do Barroco. (Tal caracterização se refere a
Gregório de Matos)
Conhecemos a cidade de
Drummond. (Faz referência a Itabira)
História...
Arqueólogos encontram casa da época de Jesus em Nazaré
Arqueólogos israelenses
revelaram em 21 de dezembro de 2009 que encontraram os restos da primeira
residência encontrada na cidade de Nazaré, no norte de Israel, que pode ser da
época de Jesus Cristo.
De acordo com o jornal
israelense Haaretz, o descobrimento fornece mais dados sobre como era a vida na
cidade de Nazaré há cerca de 2 mil anos.
A casa provavelmente fazia
parte de um pequeno povoado com cerca de 50 residências habitadas por judeus
pobres.
Uma porta-voz da Autoridade
Israelense para Antiguidades, Yardenna Alexandre, informou que os restos de uma
parede, uma cisterna para coleta de água da chuva e um refúgio foram
encontrados depois da descoberta do pátio de um antigo convento.
De acordo com Alexandre, os
arqueólogos também encontraram potes de argila, do tipo que era usado pelos
moradores da Galileia (região onde hoje fica o norte de Israel) na época, uma
indicação de que a casa pertencia a uma família judia simples.
O porta-voz em entrevista
afirma que "é provável que Jesus e seus amigos de infância tenham
conhecido a casa".
"A partir das poucas
provas escritas disponíveis, sabemos que a Nazaré do primeiro século da era
cristã era um pequeno vilarejo judeu localizado em um vale", disse
Alexandre, acrescentando que até agora "poucas sepulturas da época de
Jesus foram encontradas, mas nunca encontramos os restos de residências daquela
época".
Um poço também foi encontrado,
e os arqueólogos calculam que ele foi construído como parte dos preparativos
dos judeus para a Grande Revolta contra os romanos, entre os anos de 66 e 73
d.C.
Viva a sabedoria...
Graus do conhecimento e as divisões da ciência segundo Aristóteles
Segundo Aristóteles, da
memória forma-se experiência nos homens
“Todos os homens, por
natureza, aspiram ao saber. Sinal disso é a estima dos sentidos. Pois, mesmo à
parte sua utilidade, são estimados por si mesmos.” Com essa célebre frase,
Aristóteles inicia sua metafísica. Significa dizer que todo homem nasce/existe
com a finalidade de conhecer. E esse processo se inicia com os sentidos
(audição e visão sendo os mais aguçados).
Conforme o estagirita
(Aristóteles nasceu em Estagira), existem cinco níveis ou graus de conhecimento
e o primeiro deles é a sensação. Da sensação, surge a memória, tornando
melhores do que os outros, os seres que podem se lembrar, pois, por engendrarem
memória, podem aprender. E nos seres capazes de se lembrar das sensações é
possível desenvolver a experiência. Até esse nível, muitos animais, como a
abelha, o cão, etc., conseguem participar. No entanto, o homem é capaz de ir
além da experiência e viver, também, arte e ciência.
Entretanto, ainda segundo
Aristóteles, da memória forma-se experiência nos homens. Isso porque as muitas
lembranças de uma mesma coisa desembocam na experiência. Da mesma forma, nasce
a arte e a ciência da experiência. A arte (que para os gregos é uma técnica, um
saber fazer) surge das várias reflexões a partir da experiência, entendida como
uma análise das semelhanças entre as coisas que geram uma noção básica
universal (a experiência é conhecimento dos singulares; e a arte, dos
universais).
Por exemplo, entre o obreiro
(pedreiro) e o mestre de obras (engenheiro), este sabe mais que aquele, isto é,
o pedreiro executa seu trabalho perfeitamente, pois é habituado aos casos
particulares, conhecendo o que é sua função. Já o engenheiro sabe o porquê é e
por isso se destaca no campo da sabedoria. Aristóteles considera que as
sensações não são sabedoria, e sim o mais decisivo conhecimento de objetos
singulares, mas não dizem o porquê de nada (sabem que o fogo é quente,
entretanto, não porque o fogo é quente!) e, dessa forma, não podem instruir.
Todavia, a arte é uma técnica
voltada para a produção de coisas e entretenimento, ou seja, visam uma
utilidade. E ela é o conhecimento das causas que produzem as coisas. Já a
ciência é um caso mais complexo. Para Aristóteles, as ciências são a busca das
causas e princípios primeiros da realidade com um fim em si mesma. Isso
significa que o homem busca esse tipo de saber para aperfeiçoar seu raciocínio
e sua alma, não para algum fim ou com utilidade (em vista de). É a busca do
universal. Vejamos, então, como Aristóteles classificas as ciências:
Ciências produtivas – que
visam à fabricação de algum utensílio (p.ex.: sapatos, roupas, vasos, etc.);
Ciências práticas – que usam o
saber para uma ação ou com a finalidade moral (ética e política);
Ciências teoréticas – que buscam
o saber pelo saber, independente de um fim ou utilidade (metafísica, física,
matemática e psicologia).
Portanto, Aristóteles cria um
método diferente para classificar os seres. É a partir da sistematização e da
hierarquização que se pode buscar compreender do particular ao universal,
elevando a sabedoria e realizando a função específica dada pela natureza ao
homem, como ser racional, que é conhecer.
http://www.brasilescola.com/filosofia/graus-conhecimento-as-divisoes-ciencia-segundo-aristoteles.htmArte...
Mangá
Clássico desenho de mangá
Mangás são histórias em
quadrinhos japonesas, ao contrário das histórias em quadrinhos convencionais,
sua leitura é feita de trás para frente. Teve origem através do Oricom Shohatsu
(Teatro das Sombras), que na época feudal percorria diversos vilarejos contando
lendas por meio de fantoches. Essas lendas acabaram sendo escritas em rolos de
papel e ilustradas, dando origem às histórias em sequência, e consequentemente
originando o mangá. Essas histórias passaram a ser publicadas por algumas
editoras na década de 20, porém sua fama só veio por volta da década de 40.
A produção de mangá foi
interrompida durante a Segunda Guerra Mundial e retomada somente em 1945, tendo
o Plano Marshall como seu propulsor, pois parte das verbas desse plano era
destinada a livros japoneses. A prática de ler mangá aumentou consideravelmente
nesse período, pois com a guerra poucas atrações culturais restaram. Foi nessa
época que surgiu o que podemos chamar de “Walt Disney Japonês”, o Ossamu
Tezuka, criador dos traços mais marcantes do mangá: Olhos grandes e
expressivos.
Com o passar do tempo o mangá
saiu do papel e foi parar na televisão, transformando-se em animes (desenhos
animados), ganhando mais popularidade e aumentando o número de fãs em todo o
mundo. As histórias são sempre variadas e com roupagem sempre nova, personagens
expressivos e heroicos como, por exemplo, “Dragon Ball Z” (personagem
principal: Goku), “Yu Gi Oh” (personagem principal: Yu Gi).
http://www.brasilescola.com/artes/o-que-e-manga.htmEntendendo...
Participação da Mulher na vida política
Em um país de cultura
predominantemente machista e de raízes patriarcais, a mulher parece ganhar,
embora a passos curtos, mais espaço na política nacional.
O dia 08 de Março, dia internacional da
mulher, convida-nos a uma reflexão sobre as mulheres e o mundo da política.
Pensar no papel social desempenhado pelas mulheres na sociedade brasileira
(mais especificamente sob a ótica da política) é sempre um exercício
interessante, principalmente quando levamos em consideração uma sociedade como
a nossa, construída sob a égide do machismo, do patriarcalismo, na qual o homem
sempre ocupou o espaço público e a mulher, o privado.
Mas e na política, ainda temos um espaço
fechado entre os homens? Não, isso vem mudando, e a participação política das
mulheres é prova disso, seja como eleitoras (desde a década de 1930), seja como
candidatas a cargos públicos, mas tal mudança ocorre a passos lentos. Porém,
mesmo que ainda tímida, a presença cada vez maior de candidatas é algo
fundamental para o fortalecimento da democracia, afinal, a representatividade
feminina é extremamente necessária quando pensamos nas lutas pelos direitos das
mulheres em um contexto no qual, como se sabe, ainda há muito preconceito,
exclusão e violência contra elas. Ao apontarmos que dentre os eleitores no
Brasil as mulheres são maioria (pouco mais de 51,7% do total, segundo o governo
federal), certamente este é um aspecto explorado pelos candidatos (ou
candidatas) na tentativa de arregimentar esse voto feminino. Mais do que isso,
é um indício de que há a necessidade de atenção para essa parcela considerável
da população, ainda mais em se tratando de uma sociedade que busca se
fortalecer enquanto democracia. Esta, por usa vez, já há algum tempo vem se
consolidando, e uma participação maior das mulheres vai ao encontro disso.
Na década de 70 do século passado, as mulheres
representavam 35% do eleitorado, ultrapassando a marca dos 50% no ano de 2006,
quebrando a hegemonia do eleitorado masculino. Em relação à disputa eleitoral,
de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de candidaturas
femininas alcançou 31,7% do total de registros nas últimas eleições de 2012, o
que significa certo avanço.
Mas uma pergunta vem à tona: esse aumento na
participação do voto pelas mulheres é a confirmação de que elas estão
conquistando seu espaço? Podemos dizer que sim, embora os desafios encontrados
pelas mulheres tanto na política quanto na sociedade de modo geral (e um bom
exemplo são as dificuldades no mercado de trabalho) ainda são consideráveis. No
entanto, mesmo que possamos dizer que as mulheres estão conquistando seu
espaço, é preciso considerar que, por conta das chamadas cotas, fruto de
políticas afirmativas para ampliar a participação feminina, os partidos são
obrigados a reservarem uma participação de, no mínimo, 30% para cada sexo.
Dessa forma, a ampliação da participação das
mulheres, em termos dos registros de candidaturas, não está ligada apenas a uma
maior sensibilização quanto à importância da política entre elas ou à revolução
da mulher (do feminismo) desencadeada na década de 1960 ou, ainda, à ampliação
da politização da sociedade civil de modo geral, tal crescimento pode ser
associado à obrigatoriedade do cumprimento de uma lei eleitoral. Obviamente, a
própria instituição dessa lei foi resultado de uma luta pela maior participação
feminina, o que pode ser considerado um avanço. Contudo, vale ressaltar que
leis e as normas por si só possuem um poder relativo (embora sejam importantes
instrumentos) na luta contra o preconceito, seja ele de qualquer natureza.
Nesse sentido, o maior número de candidaturas
pode ser associado a uma maior emancipação feminina, o que não deixa de ser
fato quando avaliamos as mudanças e transformações pelas quais o papel da
mulher brasileira passou, mas não se resume a isso. Mesmo assim, segundo o site
da Câmara dos Deputados federais, um estudo da União Interparlamentar, ligada à
Organização das Nações Unidas (ONU), colocou o Brasil em 120º lugar em um
ranking da proporção de mulheres nos parlamentos, o que significa estar atrás
de países islâmicos como Paquistão, Sudão e Emirados Árabes Unidos.
O papel social da mulher e sua posição na
sociedade brasileira ainda são permeados de contradições. Em termos
quantitativos, basta analisarmos alguns dados apresentados pelo governo,
observando-se que a participação das mulheres na Câmara dos Deputados é de 9%
e, no Senado, de 10% do total. Além disso, o número de governadoras de estado
também ainda é muito pequeno.
Obviamente, a eleição da primeira presidenta
do Brasil contribuiu de alguma maneira para mudar esse quadro de atrofia da
participação feminina e talvez motivar outras candidaturas de mulheres. O
significado desse evento do ponto de vista de uma afirmação da figura de Dilma
em um cenário absolutamente masculinizado ao longo da história (já que o poder
sempre esteve associado à figura do homem) ficou estampado em sua preferência
em ser tratada por presidenta e não presidente, embora as normas da língua
culta admitam as duas formas. Falar em diferenças comportamentais entre homens
e mulheres no exercício de alguns cargos e funções trata-se de algo bastante
relativo, pois aspectos como questões morais não necessariamente manifestam-se
de forma diferente a depender do sexo. Assim, bom governante é aquele que tem
compromisso com a democracia e com a coletividade, seja homem ou mulher.
Curioso...
O hormônio que influi no ciclo menstrual
A proximidade entre mulheres e
o ciclo menstrual.
Por que mulheres que trabalham
juntas tendem a menstruar no mesmo período? Será que a convivência com outras
mulheres faz seu ciclo menstrual ser comandado por feromônios? Mulheres que
vivem em um mesmo ambiente têm TPM (Tensão pré menstrual) na mesma época?
Não é por acaso que isso
acontece, existe uma explicação científica: estudos revelaram que os odores
corporais, inclusive os axilares, afetam realmente os ciclos menstruais, estes
odores são feromônios. A palavra feromônio deriva do grego e significa “que
transmite excitação”. São substâncias que funcionam como mensageiros,
desencadeando respostas fisiológicas e comportamentais previsíveis.
Os feromônios são mensageiros
químicos no ser humano, em vez de atuar no organismo do próprio indivíduo, eles
agem na outra pessoa. Seria uma "comunicação química" entre os seres
da mesma espécie. A substância responsável pela regulação do período das
mulheres é o esteróide 5-a-androst-16-en-3-alfa-ol.
A maioria das mulheres que
vivem com ou perto de outras mulheres ajustam o tempo do seu ciclo menstrual
entre si. Este fenômeno é comum entre mulheres que trabalham bastante tempo
juntas.
Um estudo recente expôs um
grupo de mulheres em contato com o suor umas das outras. Isso fez com que os
ciclos menstruais delas avançassem ou ficassem mais lentos para coincidir com o
das colegas, essa foi uma prova de que as pessoas produzem e respondem aos
feromônios. Mas é válido lembrar que este fenômeno só é válido para mulheres
que tem o ciclo natural, ou seja, não há interferências de outros hormônios
como os encontrados nas pílulas anticoncepcionais.
Piada...
Um casal viajava de carro na
rodovia dos Bandeirantes a 100 km/h. A esposa falou: - Querido, nós estamos
casados ha 15 anos, mas eu quero o divorcio. O marido nada disse e aumentou a
velocidade para 120 km/h. A esposa continuou: - Eu não quero que você peca para
mudar de idéia, eu estou tendo um caso com o seu melhor amigo e que é muito
melhor na nossa cama. O marido calado, aumentou a velocidade para 130 km/h. Ela
continuou: - Eu quero a casa. O marido aumenta a velocidade para 140 km/h. Ela
continuou: - Eu quero ficar com as crianças. O marido aumenta a velocidade para
150 km/h. Ela completa: - Eu quero o carro, a conta-corrente, todos os cartões
de credito. O marido calado, aumenta a velocidade para 160 km/h. Ela então
pergunta: - E você, tem alguma que coisa que vai querer? Ele responde: - Não,
eu tenho tudo que poderia querer. - O que você tem?- Pergunta a mulher. O
marido responde, alguns segundos antes de ir contra a mureta: - Eu tenho o air
bag! ... E você não.
http://www.piadasnet.com/piada321casais.htmDevanear...
De repente, nas Profundezas do Bosque (Suddenly in the Depth of the
Forest / פתאום בעומק היער), de Amós Oz
por Christian von Koenig em 15/07/2013
O escritor israelense Amós Oz
é conhecido pela sua iniciativa política e pelo comprometimento em procurar uma
solução pacífica à questão Israel-Palestina. Sua vida é rica em experiências e
o resultado de suas vivências aparecem em livros como De Amor e Trevas (A Tale
of Love and Darkness, 2002), tido como um dos mais importantes da literatura
hebraica moderna.
Já De repente, nas Profundezas
do Bosque (Suddenly in the Depth of the Forest, 2005) é um momento peculiar na
bibliografia do escritor. Esta breve obra é uma fábula e portanto lida mais com
aspectos fantasiosos, inverossímeis.
Lembremos as principais
características desse gênero: narrativa curta com poucos personagens; os
personagens são geralmente animais ou objetos personificados; há uma conclusão moral,
uma lição a ser aprendida.
Conforme veremos a seguir, De
repente… apresenta essas três características e por isso podemos considerá-la
como o autor indica, como uma fábula. No entanto ela foge da estrutura padrão
ao usar seus traços de maneira muito própria.
A narrativa divide-se em dois
momentos distintos ao longo de suas 140 páginas, em que o primeiro é marcado
pelo suspense. Mati e Maia são as crianças protagonistas da história; na pacata
aldeia onde eles vivem há um grande mistério: todos os animais sumiram há
alguns anos e os adultos não querem falar sobre o que aconteceu. Nessa aldeia
não se vê nem pato nem gato, nem peixe nem mosca. Só gente.
E lá todos temem a noite e
seus perigos, como a aparição de Nihi, o demônio das montanhas. Logo, a maioria
dos habitantes foge do contato mais íntimo com a natureza, pois se o fizerem
passam por loucos ou doentes.
Porém Mati e Maia compartilham
um segredo: eles viram um pequeno peixe no rio que corta a aldeia e isso os
motiva a procurarem longe dali as respostas ao que aconteceu com os animais,
pois ali isso é assunto velado.
O segundo e terceiro traços –
personagens personificados e lição moral – são invertidos quando entramos na
fábula propriamente dita, ou seja, o segundo momento da narrativa. Aqui não são
os animais que se personificam, mas as pessoas que se animalizam para chegar à
moral. E a lição não é dada aos protagonistas, mas aos demais personagens.
A primeira parte do livro é
muito boa porque essa situação inusitada provaca suspense e o leitor deseja
saber o porquê das coisas ocorrerem daquele modo. Já a segunda revela-se
demasiado explícita para o público adulto, o que faz pensar se De repente… é
mesmo uma fábula para todas as idades, como diz Amós OZ.
Abro aqui um parêntese. A
lição é sim útil a quaisquer idades; a exposição é que frustrar o público de
maior idade. Fecho parênteses.
A moral da obra é expressa de
forma bastante direta:
“Até que um dia pode ser que
ocorra uma mudança nas almas, e então nós desceremos do monte e quem sabe
nascerá em nós um novo coração, em todas as criaturas, pessoas, animais e aves,
e todos os carnívoros se habituarão a comer carnemônias em vez de caçar. Até
que possamos também nós, eu e todos os meus amigos, e até Nimi, o potro, sair
da densidão do bosque e voltar à aldeia, e viver os dias da nossa vida nas
casas, pátios, campos, pastos e às margens do rio. O meu desejo de vingança
ruirá e se soltará de mim como a pele seca de uma cobra, e nós poderemos
trabalhar, amar, passear, cantar, brincar e conversar sem devorar e sermos
devorados, e também sem debochar um do outro.”*
Sobre viver em harmonia, sem
maltratarmos o outro, tudo certo. Mas essa inversão da personificação para a
animalização é vista sob uma ótica que pessoalmente considero errônea. Mesmo
como vegetariano não posso querer que um urso deixe de se alimentar de carne.
Nós humanos temos a possibilidade de opção independentemente do meio, podemos
até morrer de fome por vontade própria, enquanto os animais vivem do instinto.
E são a seu modo inocentes assim, porque não agem por maldade e sim por
necessidade inconsciente.
Que as pessoas sejam capazes
de más ações e que se deve lutar contra essas más ações é perfeitamente
entendível; agora, que os animais sejam visto sob uma mesma moral que se espera
das pessoas, isso não consigo aceitar.
* De repente, nas Profundezas
do Bosque (Suddenly in the Depth of the Forest / פתאום בעומק
היער), de Amós Oz, em tradução de
Tova Sender para a editora Companhia das Letras.
http://classicosuniversais.com/2013/07/15/de-repente-nas-profundezas-do-bosque/#more-1559Lisinho...
Conheça a fotodepilação
A fotodepilação é considerada
praticamente indolor. Para quem sempre sonhou em fazer depilação a laser e
acabar com os pelos de forma mais definitiva, mas tem medo da dor ou acha o
tratamento caro demais, o mercado de depilação surgiu com uma solução: a
fotodepilação, tratamento que trabalha com a luz intensa pulsada (também
conhecida como IPL).
“Esta tecnologia emite uma
energia, que é atraída e captada pela melanina (pigmento presente na haste do
fio) e pela hemoglobina dos vasos que alimentam o pelo.
Quando chega ao pelo,
ela danifica o folículo piloso, retardando- o (caso este não esteja na fase de
eliminação) ou eliminando-o (quando o pelo está na fase anágena, de
eliminação)”, explica Ana Carolina Marques, fisioterapeuta e especialista em
IPL.
Já Caroline Barbosa Ribeiro
Baltazar, responsável técnica da Home Depil, conta que, enquanto a
fotodepilação possui uma luz que se dissipa entre as estruturas ao redor do
pelo – ou seja, é policromática –, o laser possui uma luz monocromática que
atua apenas no comprimento da onda. “A luz pulsada na fotodepilação atinge
temperaturas de aproximadamente 70°C, já o laser atinge temperaturas de até
300°C”, explica.
A grande vantagem é que a
aplicação é considerada praticamente indolor. “A luz intensa pulsada atua até a
segunda camada da pele da pele que é a derme, atingindo ainda a porção superior
da hipoderme o que reduz também os riscos de queimaduras e de efeitos
colaterais de diversos graus, sendo, assim, mais segura”, diz Ana Carolina.
O preço é o outro grande
atrativo do método – cada sessão custa cerca de R$55 reais (contra uma média de
R$100 nas sessões de laser), e são necessárias cerca de apenas oito sessões
para atingir resultados satisfatórios, o que, é claro, depende das
características pessoais.
A manutenção é semestral ou anual, já que, como
lembra Caroline, os chamados métodos “definitivos” na verdade promovem apenas
uma remoção progressiva dos pelos. “Atualmente não existe nenhuma técnica
definitiva. Assim como o laser, a fotodepilação é um método progressivo na
remoção dos pelos, podendo chegar ao objetivo principal, que é ficar sem pelos.
Mas a manutenção é necessária”, diz.
Contraindicações
Apesar de o método ser
considerado muito seguro, há algumas pessoas para as quais ele não é indicado.
Quem tem os pelos claros, loiros, não encontrará eficácia no método, já que a
luz intensa pulsada age na melanina dos pelos.
“Peles negras são
contraindicação absoluta pois contêm muita melanina na pele, o que a luz
confunde e pode gerar efeitos colaterais”, diz Ana Carolina, que também
contraindica a aplicação na cabeça, já que os folículos do couro cabeludo são
muito próximos e não há estudos que comprovem resultados nessa área. Caroline
concorda e complementa: “A fotodepilação é indicada para pessoas que possuam o
pelo mais escuro do que a pele, mas desde que a pele não possua nenhuma
alteração de pigmentação”.
Melhor amigo...
Como calcular a "idade humana" dos cães?
Quem nunca ouviu alguém dizer
que para saber a idade humana de um cão basta multiplicar sua idade canina por
sete? Porém este cálculo não é muito correto. Cada cão tem o seu próprio tempo
de envelhecimento.
Tendo isso em mente, a BBC
criou uma calculadora que vai ajudar os donos de cães a descobrirem uma idade
mais aproximada do seu animal de estimação.
E para desvendar alguns mitos
acerca da idade canina e dos hábitos de cada fase, conversamos com a consultora
comportamental e adestradora do Cão Cidadão, Malu Araújo:
- Cada ano canino deve ser
multiplicado por 7 para termos sua idade humana.
MITO: Como a diversidade de
raças e tamanhos dos cachorros é grande, esse cálculo varia de acordo com o
porte do animal. Inclusive outra informação que deve ser levada em consideração
é que os cães envelhecem mais nos dois primeiros anos de vida, então para a
maioria das raças um cachorro de 1 ano de vida, na idade humana terá mais ou
menos 15 anos, aos 2 anos terá em torno de 23, 24 anos, a partir dos 3 anos é
que esse cálculo muda, e ai cada um envelhece de acordo com o seu porte e
tamanho.
- Quanto maior o porte do cão,
mais rápido ele envelhece.
VERDADE: Para chegarmos a um
cálculo mais preciso, a média (a partir dos 3 anos caninos) é: para cães de
pequeno porte devemos multiplicar sua idade por 5, cães de porte médio por 6 e
cães grandes em torno de 7 a 8 vezes.
- Não há diferenças na
composição da ração. O que muda apenas é o tamanho dos grãos (menores para
filhotes e maiores para adultos).
MITO: É muito importante que o
filhote se alimente com ração específica, pois ela contém ingredientes para o
desenvolvimento saudável do cãozinho. Ao atingir um ano a ração deve ser de
adulto e a troca de uma pela outra deve ser feita gradualmente. Finalmente, na
fase que o cão está mais velho, deve-se usar uma ração sênior pois eles podem
ter mais dificuldade em morder grãos grandes ou mais duros. Em cada fase da
vida, o cão têm necessidades especiais que devem ser supridas para garantir que
ele continuará saudável.
- Cães adultos e idosos devem
fazer atividades físicas.
VERDADE: Todos os cães devem
fazer atividade física, independente do porte ou idade eles precisam se
exercitar. Os filhotes tem mais disposição e aguentam atividades mais intensas,
um cão adulto deve-se levar em consideração a rotina diária de exercícios e não
é recomendado apenas um dia de exercício intenso enquanto nos outros dias da
semana o cachorro tem uma vida sedentária. Já os idosos também podem praticar exercícios caminhar e brincar, mas de uma maneira adequada a sua idade, pois
eles podem começar a apresentar dores nas articulações e músculos. Por isso é
sempre importante conversar com o veterinário. Independente da idade fazer uma
massagem no cão é indicado pois assim você aprenderá a conhecê-lo melhor e
sentirá alguma alteração.
- Filhotes devem beber leite
MITO: Somente o leite da mãe,
o leite de vaca tem muita lactose - substância que pode causar diarréia.
- Filhotes em desmame ou cães
idosos devem ter suas rações amolecidas.
MITO: A ração é o alimento
completo e balanceado para os cães, inclusive o atrito dos grãos nos dentes é
necessário para auxiliar na limpeza. Filhotes na fase de desmame tem a
necessidade de comer um alimento mais pastoso mas não é a ração amolecida, é um
alimento específico para a fase. Os cães idosos podem apresentar um pouco de
problema dentário que dificulta o triturar do grão, por isso a ração deve
acompanhar a idade; rações sênior costumam ser mais macias e com grãos menores,
para facilitar a mastigação. Logo, não devemos molhar a ração, muito menos com
leite.
- Cães idosos não devem
brincar para não se esforçarem muito.
MITO: O que você deve levar em
consideração é como anda a saúde do seu cão. Se ele apresentar alguma alteração
como displasia, não o faça correr atrás de uma bolinha (principalmente em um
piso liso) pois, pode prejudicar esta condição ainda mais. No entanto, se ele
está acostumado a uma rotina de passeio diário e não apresenta nenhuma
alteração no retorno para casa, você pode sim continuar com os passeios e brincadeiras.
- Cães possuem comportamentos
diferentes dependendo da sua faixa etária.
VERDADE: Filhotes de uma forma
geral são mais ansiosos e por isso tem a tendência a fazer mais bagunça,
destruir móveis e objetos; muitos também ainda não aprenderam o local correto
de fazer as necessidades. Quanto aos adultos, as reclamações mais comuns são:
cães que puxam para passear e cães reativos com pessoas ou outros animais. Já
os idosos, estes podem apresentar algumas mudanças comportamentais.
- Não se pode ensinar truques
a um cão adulto ou idoso.
MITO: Os cães aprendem em
qualquer fase da vida. Filhotes aprendem com um pouco mais de facilidade, por
isso ensinando o que se espera desde pequeno, evitamos que comportamentos
errados apareçam. Ressalto que para entendê-los e fazer com que eles nos
entendam, sempre vale a pena procurar um profissional especialista em
comportamento para auxiliar a lidar com determinadas situações.
Sem rumo...
Mais Médicos
"Nossa medicina é quase de
curandeirismo", diz doutor cubano.
Gilberto Velazco Serrano, de 32 anos,
conta por que, em 2006, desertou de uma missão de seu país na Bolívia - na qual
os médicos eram vigiados por paramilitares
Aretha Yarak
O cubano Gilberto Velazco Serrano, de
32 anos, é médico. Na ilha dos irmãos Castro ele aprendeu seu ofício em meio a
livros desatualizados e à falta crônica de medicamentos e de equipamentos. Os
sonhos de ajudar os desamparados bateu de frente, ainda durante sua formação
universitária, com a dura realidade de seu país: falta de infraestrutura,
doutrinação política e arbitrariedade por parte do governo. "É triste, mas
eu diria que o que se pratica em Cuba é uma medicina quase de curandeirismo”,
diz Velazco.
Ao ser enviado à Bolívia em 2006, para
o que seria uma ação humanitária, o médico se viu em meio a uma manobra
política, que visava pregar a ideologia comunista. “A brigada tinha cerca de 10
paramilitares, que estavam ali para nos dizer o que fazer”. Velazco não
suportou a servidão forçada e fugiu. Sua primeira parada foi pedir abrigo
político no Brasil, que permitiu sua estada apenas de maneira provisória. Hoje,
ele mora com a família em Miami, nos Estados Unidos, onde tem asilo político e
estuda para revalidar seu diploma. De lá, ele concedeu a seguinte entrevista ao
site de VEJA:
Como os médicos são selecionados para
as missões?
Eles são obrigados a participar. Em Cuba,
se é obrigado a tudo, o governo diz até o que você deve comer e o que estudar.
As brigadas médicas são apenas uma extensão disso. Se eles precisam de 100
médicos para uma missão, você precisa estar disponível. Normalmente, eles
faziam uma filtragem ideológica, selecionavam pessoas alinhadas ao regime. Mas
com tantas colaborações internacionais, acredito que essa filtragem esteja
menos rígida ou tenha até acabado.
Como foi sua missão?
Fomos enviados 140 médicos para a
Bolívia em 2006. Disseram que íamos ficar no país por três meses para ajudar a
população após uma enchente. Quando cheguei lá, fiquei sabendo que não chovia
há meses. Era tudo mentira. Os três meses iniciais viraram dois anos. O pior de
tudo é que o grupo de 140 pessoas não era formado apenas por médicos - havia
pelo menos 10 paramilitares. A chefe da brigada, por exemplo, não era médica.
Os paramilitares estavam infiltrados para impedir que a gente fugisse.
Paramilitares?
Vi armas dentro das casas onde eles
moravam. Eles andavam com dinheiro e viviam em mansões, enquanto nós éramos
obrigados a morar nos hospitais com os pacientes internados. Quando chegamos a
Havana para embarcar para a Bolívia, assinamos uma lista para registro. Eram 14
listas com 10 nomes cada. Em uma delas, nenhum dos médicos pode assinar. Essa
era a lista que tinha os nomes dos paramilitares.
Como era o trabalho dos paramilitares?
Não me esqueço do que a chefe da
brigada disse: “Vocês são guerrilheiros, não médicos. Não viemos à Bolívia
tratar doenças parasitárias, vocês são guerrilheiros que vieram ganhar a luta
que Che Guevara não pode terminar”. Eles nos diziam o que fazer, como nos
comportar e eram os responsáveis por evitar deserções e impedir que fugíssemos.
Na Bolívia, ela nos disse que deveríamos estudar a catarata. Estávamos lá, a
priori, para a atenção básica – não para operações como catarata. Mas tratar a
catarata, uma cirurgia muito simples, tinha um efeito psicológico no paciente e
também na família. Todos ficariam agradecidos à brigada cubana.
Você foi obrigado a fazer algo que não
quisesse?
Certa vez, eu fui para Santa Cruz para
uma reunião, lá me disseram que eu teria de ficar no telefone, para atender
informações dos médicos e fazer estatísticas. O objetivo era cadastrar o número
de atendimentos feitos naquele dia. Alguns médicos ligavam para passar
informações, outros não. Eu precisava falar com todos, do contrário os líderes
saíam à caça daquele com quem eu não havia conversado. Quando terminei o
relatório, 603 pacientes tinham sido atendidos. Na teoria, estávamos em 140
médicos na Bolívia, mas foi divulgado oficialmente que o grupo seria de 680.
Então como poderiam ter sido feitas apenas 603 consultas? Acabei tendo que
alterar os dados, já que o estabelecido era um mínimo de 72 atendimentos por
médico ao dia. Os dados foram falsificados.
Como é a formação de um médico em Cuba?
Muito ruim. É uma graduação
extremamente ideologizada, as aulas são teóricas, os livros são velhos e
desatualizados. Alguns tinham até páginas perdidas. Aprendi sobre as doenças na
literatura médica, porque não tinha reativo de glicemia para fazer um exame,
por exemplo. Não dava para fazer hemograma. A máquina de raio-X só podia ser
usada em casos extremos. Os hospitais tinham barata, ratos e, às vezes, faltava
até água. Vi diversos pacientes que só foram medicados porque os parentes
mandavam remédios dos Estados Unidos. Aspirina, por exemplo, era artigo raro. É
triste, mas eu diria que é uma medicina quase de curandeiro. Você fala para o
paciente que ele deveria tomar tal remédio. Mas não tem. Aí você acaba tendo
que indicar um chá, um suco.
Como era feita essa "graduação
extremamente ideologizada" que o senhor menciona?
Tínhamos uma disciplina chamada
preparação militar. Ficávamos duas semanas por ano fora da universidade para
atender a essa demanda. Segundo o governo cubano, o imperialismo iria atacar a
ilha e tínhamos que nos defender. Assim, estudávamos tudo sobre bombas
químicas, aprendíamos a atirar com rifle, a fazer maquiagem de guerra e a nos
arrastar no chão. Mas isso não é algo exclusivo na faculdade de medicina, são
ensinamentos dados até a crianças.
Como é o sistema de saúde de Cuba?
O país está vivendo uma epidemia de
cólera. Nas últimas décadas não havia registro dessa doença. Agora, até a
capital Havana está em crise. A cólera é uma doença típica da pobreza extrema,
ela não é facilmente transmissível. Isso acontece porque o sistema público de
saúde está deteriorado. Quase não existem mais médicos em Cuba, em função das
missões.
Por que você resolveu fugir da missão
na Bolívia?
Nasci em Cuba, estudei em Cuba, passei
minha vida na ilha. Minha realidade era: ao me formar médico eu teria um
salário de 25 dólares, sem permissão para sair do país, tendo que fazer o que o
governo me obrigasse a fazer. Em Cuba, o paramédico é uma propriedade do
governo. A Bolívia era um país um pouco mais livre, mas, supostamente, eu tinha
sido enviado para trabalhar por apenas três meses. Lá, me avisaram que eu teria
de ficar por dois anos. Eu não tinha opção. Eram pagos 5.000 dólares por
médico, mas eu recebia apenas 100 dólares: 80 em alimentos que eles me davam e
os 20 em dinheiro. A verdade é que eu nunca fui pago corretamente, já que
médico cubano não pode ter dinheiro em mãos, se não compra a fuga. Todas essas
condições eram insustentáveis.
Você pediu asilo no Brasil?
Pedi que o Brasil me ajudasse no
refúgio. Aleguei que faria o Revalida e iria para o Nordeste trabalhar em regiões
pobres, mas a Polícia Federal disse que não poderia regularizar minha situação.
Consegui um refúgio temporário, válido de 1 de novembro de 2006 a 4 de
fevereiro de 2007. Nesse meio tempo, fui à embaixada dos Estados Unidos e fui
aprovado.
Após a sua deserção, sua família sofreu
algum tipo de punição?
Eles foram penalizados e tiveram de
ficar três anos sem poder sair de Cuba. Meus pais nunca receberam um centavo do
governo cubano enquanto estive na Bolívia, mas sofreram represálias depois que
eu decidi fugir.
Quando você foi enviado à Bolívia era
um recém-formado. A primeira leva de cubanos no Brasil é composta por médicos
mais experientes...
Pelo o que vivi, sei que isso é tudo
uma montagem de doutrinação. Essas pessoas são mais velhas porque os jovens
como eu não querem a ditadura. Eu saí de Cuba e não voltei mais. No caso das
pessoas mais velhas, talvez eles tenham família, marido, filhos em Cuba. É mais
improvável que optem pela fuga e deixem seus familiares para trás. Geralmente,
são pessoas que vivem aterrorizadas, que só podem falar com a imprensa quando
autorizadas.
Os médicos cubanos que estão no Brasil
deveriam fazer o Revalida?
Sim. Em Cuba, os médicos têm de passar
por uma revalidação para praticar a medicina dentro do país. Sou favorável que
os médicos estrangeiros trabalhem no Brasil, mas eles precisam se adequar à
legislação local. Além do mais, a formação médica em Cuba está muito crítica.
Eu passei o fim da minha graduação dentro de um programa especial de
emergência. A ideia era que eles reduzissem em um ano minha formação, para que
eu pudesse ser enviado à Bolívia. O governo cubano está fazendo isso:
acelerando a graduação para poder enviar os médicos em missões ao exterior.
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