Graus do conhecimento e as divisões da ciência segundo Aristóteles
Segundo Aristóteles, da
memória forma-se experiência nos homens
“Todos os homens, por
natureza, aspiram ao saber. Sinal disso é a estima dos sentidos. Pois, mesmo à
parte sua utilidade, são estimados por si mesmos.” Com essa célebre frase,
Aristóteles inicia sua metafísica. Significa dizer que todo homem nasce/existe
com a finalidade de conhecer. E esse processo se inicia com os sentidos
(audição e visão sendo os mais aguçados).
Conforme o estagirita
(Aristóteles nasceu em Estagira), existem cinco níveis ou graus de conhecimento
e o primeiro deles é a sensação. Da sensação, surge a memória, tornando
melhores do que os outros, os seres que podem se lembrar, pois, por engendrarem
memória, podem aprender. E nos seres capazes de se lembrar das sensações é
possível desenvolver a experiência. Até esse nível, muitos animais, como a
abelha, o cão, etc., conseguem participar. No entanto, o homem é capaz de ir
além da experiência e viver, também, arte e ciência.
Entretanto, ainda segundo
Aristóteles, da memória forma-se experiência nos homens. Isso porque as muitas
lembranças de uma mesma coisa desembocam na experiência. Da mesma forma, nasce
a arte e a ciência da experiência. A arte (que para os gregos é uma técnica, um
saber fazer) surge das várias reflexões a partir da experiência, entendida como
uma análise das semelhanças entre as coisas que geram uma noção básica
universal (a experiência é conhecimento dos singulares; e a arte, dos
universais).
Por exemplo, entre o obreiro
(pedreiro) e o mestre de obras (engenheiro), este sabe mais que aquele, isto é,
o pedreiro executa seu trabalho perfeitamente, pois é habituado aos casos
particulares, conhecendo o que é sua função. Já o engenheiro sabe o porquê é e
por isso se destaca no campo da sabedoria. Aristóteles considera que as
sensações não são sabedoria, e sim o mais decisivo conhecimento de objetos
singulares, mas não dizem o porquê de nada (sabem que o fogo é quente,
entretanto, não porque o fogo é quente!) e, dessa forma, não podem instruir.
Todavia, a arte é uma técnica
voltada para a produção de coisas e entretenimento, ou seja, visam uma
utilidade. E ela é o conhecimento das causas que produzem as coisas. Já a
ciência é um caso mais complexo. Para Aristóteles, as ciências são a busca das
causas e princípios primeiros da realidade com um fim em si mesma. Isso
significa que o homem busca esse tipo de saber para aperfeiçoar seu raciocínio
e sua alma, não para algum fim ou com utilidade (em vista de). É a busca do
universal. Vejamos, então, como Aristóteles classificas as ciências:
Ciências produtivas – que
visam à fabricação de algum utensílio (p.ex.: sapatos, roupas, vasos, etc.);
Ciências práticas – que usam o
saber para uma ação ou com a finalidade moral (ética e política);
Ciências teoréticas – que buscam
o saber pelo saber, independente de um fim ou utilidade (metafísica, física,
matemática e psicologia).
Portanto, Aristóteles cria um
método diferente para classificar os seres. É a partir da sistematização e da
hierarquização que se pode buscar compreender do particular ao universal,
elevando a sabedoria e realizando a função específica dada pela natureza ao
homem, como ser racional, que é conhecer.
http://www.brasilescola.com/filosofia/graus-conhecimento-as-divisoes-ciencia-segundo-aristoteles.htm
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