Corpo achado em São Caetano não é de suspeito de matar o
menino Bryan, diz polícia
Morto a tiros e
incendiado, homem tinha as mesmas característica de foragido.
Brayan, de apenas cinco
anos, foi morto em junho durante um assalto à casa da família.
A Polícia Civil
informou na tarde deste sábado (31) que o corpo do homem encontrado às 22h30,
na última sexta-feira (30), em São Caetano do Sul, no ABC paulista, não é de
Diego Rocha Freitas Campos, de 20 anos, suspeito de atirar no garoto boliviano
Brayan Yanarico Capcha, de cinco anos, em um assalto no dia 28 de junho deste
ano. A polícia chegou a suspeitar que o cadáver fosse de Diego porque o jovem
encontrado tinha características parecidas.
A delegada Denise Pinto
não quis divulgar o nome da vítima e informou que o homicídio será investigado
da mesma forma. O corpo está no Instituto Médico Legal da cidade.
Um exame de arcada
dentária foi feito para investigar o DNA. Segundo informações da perícia no
local — rua Fortuna, sem número, bairro Prosperidade —, o homem levou primeiro
um tiro na perna, depois um na barriga, teve o corpo incendiado e, por último,
foi atingido com um tiro na cabeça. O corpo estava na calçada, ao lado de um
carro Ford Fiesta Prata, com placa fria — o veículo era roubado.
A polícia recebeu um
chamado, via 190, de disparo de arma de fogo. Ao chegar ao local, apagou as
chamas do corpo e verificaram que o homem já estava morto.
Policiais civis do 49º
Distrito Policial, de São Mateus, que concentra as investigações sobre a morte
do menino Bryan, informaram que não receberam nenhum tipo de notificação para
analisar o corpo do rapaz encontrado morto em São Caetano do Sul, até o
momento.
Na tarde de sexta-feira
(30), dois suspeitos de participar do assassinato do garoto foram mortos dentro
do CDP (Centro de Detenção Provisória) onde cumpriam prisão preventiva, em
Santo André, de acordo com a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária).
Segundo a SAP, Paulo Ricardo Martins, de 19 anos, e Felipe dos Santos Lima, de 18, chegaram a
ser socorridos pelos agentes de segurança penitenciária e levados à enfermaria
da unidade penal, onde chegaram já sem vida. A causa das mortes será apurada pela
Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário.
Martins e Lima faziam
parte do grupo — de cinco integrantes — suspeito de invadir a residência da
família do menino Brayan, que ficava na Vila Bela, zona leste de São Paulo.
Segundo informações deles, passadas à polícia na época em que foram capturados,
Diego Rocha é quem teria atirado no menino Bryan, que foi baleado mesmo
implorando para não morrer.
O crime
Na madrugada de 28 de
junho, o bando invadiu a casa dos pais de Brayan, em São Mateus, na zona leste,
para fazer um assalto. Os bandidos já haviam pegado R$ 4.500, quando o menino
começou a chorar. Irritado com a reação da criança e com o fato de os pais não
terem mais dinheiro, Diego Freitas Campos, de 19 anos, teria atirado na cabeça
de Bryan. Antes, o menino implorou: "Não quero morrer, não matem minha
mãe".
Mas o ladrão, que havia
mandado a mãe calar a criança, apertou o gatilho. Antes de levar um tiro na cabeça, o menino
Brayan havia entregado aos assaltantes as moedinhas que mantinha em um pequeno
cofre em casa.
Garoto boliviano de
cinco anos morto por bandidos não gostava de viver no Brasil
Segundo a advogada
Patrícia Veiga, representante do Consulado da Bolívia que ajudou a família do
garoto a resolver a burocracia relacionada ao traslado do corpo, Brayan chegou
a dizer "toma la plata (pegue o dinheiro)" aos bandidos ao entregar
sua pequena economia — o que não evitou que fosse morto.
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