Não
entendo patavina
A diferença de língua entre os romanos e os
povos conquistados gerou essa antiga expressão.
Durante a Antiguidade, Roma estabeleceu a
criação de um grande império capaz de agregar os mais diferentes povos. Além de
conferir poder político a essa civilização, o domínio de outros povos também
foi de grande importância para que os romanos expandissem suas atividades
comerciais, adquirissem mais escravos e ampliassem o número de terras
cultiváveis. Quanto maiores fossem as conquistas, maior era a hegemonia dos
romanos no Mundo Antigo.
Apesar de reafirmarem essa hegemonia pelas
vitórias e conquistas, notamos também que os romanos se colocavam acima dos
povos conquistados através das diferenças de ordem cultural. Os bárbaros, por
exemplo, ganhavam tal nome por não dominarem a fala e a escrita do Latim. Por
uma razão bastante semelhante é que também descobrimos, entre os romanos, a
origem da curiosa e ainda utilizada expressão idiomática “não entendo
patavina”.
Comumente empregada quando não entendemos um
assunto ou mensagem, essa expressão nasceu por conta da cidade de “Patavium”,
nome latino que era utilizado para designar a atual cidade italiana de Pádua.
Foi nessa cidade que nasceu o famoso historiador Tito Lívio, que foi bastante
criticado pelos escritores romanos por não utilizar o Latim para registrar suas
obras. Ao invés disso, o célebre estudioso empregava um dialeto falado pela
população local.
Na medida em que as críticas apareciam, os
estudiosos que dominavam o Latim reclamavam que não entendiam muito bem o que
Tito Lívio escrevia ao se queixarem da “patavinidade” do autor. Apesar do
preconceito de tais contemporâneos de Tito Lívio, devemos saber que a região de
Patavium agregava uma série de tribos que hoje equivalem a partes dos
territórios alemão, francês, belga e italiano. Sem dúvida, o lugar deveria ser
um verdadeiro caldeirão de costumes e línguas!
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