segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Curioso...

Não entendo patavina
A diferença de língua entre os romanos e os povos conquistados gerou essa antiga expressão.

Durante a Antiguidade, Roma estabeleceu a criação de um grande império capaz de agregar os mais diferentes povos. Além de conferir poder político a essa civilização, o domínio de outros povos também foi de grande importância para que os romanos expandissem suas atividades comerciais, adquirissem mais escravos e ampliassem o número de terras cultiváveis. Quanto maiores fossem as conquistas, maior era a hegemonia dos romanos no Mundo Antigo.

Apesar de reafirmarem essa hegemonia pelas vitórias e conquistas, notamos também que os romanos se colocavam acima dos povos conquistados através das diferenças de ordem cultural. Os bárbaros, por exemplo, ganhavam tal nome por não dominarem a fala e a escrita do Latim. Por uma razão bastante semelhante é que também descobrimos, entre os romanos, a origem da curiosa e ainda utilizada expressão idiomática “não entendo patavina”.

Comumente empregada quando não entendemos um assunto ou mensagem, essa expressão nasceu por conta da cidade de “Patavium”, nome latino que era utilizado para designar a atual cidade italiana de Pádua. Foi nessa cidade que nasceu o famoso historiador Tito Lívio, que foi bastante criticado pelos escritores romanos por não utilizar o Latim para registrar suas obras. Ao invés disso, o célebre estudioso empregava um dialeto falado pela população local.

Na medida em que as críticas apareciam, os estudiosos que dominavam o Latim reclamavam que não entendiam muito bem o que Tito Lívio escrevia ao se queixarem da “patavinidade” do autor. Apesar do preconceito de tais contemporâneos de Tito Lívio, devemos saber que a região de Patavium agregava uma série de tribos que hoje equivalem a partes dos territórios alemão, francês, belga e italiano. Sem dúvida, o lugar deveria ser um verdadeiro caldeirão de costumes e línguas!

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