Tratados de Paz da I Guerra Mundial
Reunião onde foi
apresentado o esboço do Tratado de Versalhes. Georges Clemenceau, presidente da
França, fala aos presentes.
Durante o desenrolar
das batalhas nos últimos anos da I Guerra Mundial, alguns tratados de paz foram
sendo assinados para possibilitar a saída de alguns países do conflito.
O primeiro a ser
assinado foi o Tratado de Brest-Litovsk, em 3 de março de 1918, que recebeu
este nome em razão da cidade em que foi assinado. O novo governo bolchevique,
que havia fundado a República Soviética Russa, entrava em acordo com a
Alemanha, encerrando o conflito entre os dois países. No tratado, os russos
perderam regiões fornecedoras de carvão e petróleo, além de vários outros
territórios na região ocidental, como a Ucrânia e a Finlândia.
A guerra duraria
ainda mais alguns meses, sendo encerrada em 11 de novembro de 1918, com a
decretação de armistício e um cessar-fogo. A Alemanha se viu sem saída frente
às derrotas que seu exército estava sofrendo. O kaiser Guilherme II renunciou
ao trono, sendo substituído por um governo civil, cuja maioria dos membros era
decorrente do Partido Social Democrata. A partir daí, iniciaram-se as
negociações para o estabelecimento da paz entre os países beligerantes.
A primeira tentativa
de se chegar a um acordo ocorreu com a iniciativa do governo dos EUA, através
da proposta do plano de paz do presidente Woodrow Wilson. Neste plano, chamado
de os 14 pontos de Wilson, os alemães deveriam se retirar dos territórios
ocupados e criariam ainda a Liga das Nações, destinada a impedir o surgimento
de novas guerras. Este tratado, aceito pelos alemães, previa o surgimento da
“paz sem vencedores”.
Mas este não era o
objetivo dos demais países da Entente, principalmente a Inglaterra e a França.
Reunidos em Versalhes, nos arredores de Paris, entre janeiro e junho de 1919,
os representantes dos países vencedores negociavam as condições do pós-guerra.
Inglaterra e França não aceitaram os termos propostos pelo presidente dos EUA
para a paz, exigindo que a Alemanha indenizasse os demais países pelos danos
causados.
O Tratado de
Versalhes considerou a Alemanha culpada pela guerra e impôs duras condições
para a manutenção da paz. Os alemães deveriam pagar uma indenização de 30
bilhões de dólares; renunciar às colônias marítimas; ceder à França a região da
Alsácia-Lorena, região de grande quantidade de recursos energéticos; reconhecer
a independência da Polônia; não poderiam reestruturar suas Forças Armadas, limitando
seu exército a 100 mil homens, perdendo ainda sua artilharia e aviação, além de
não poderem construir navios de guerra.
Além disso, o
Tratado de Versalhes previa ainda a formação da Liga das Nações, cuja função
era a de ser um árbitro dos conflitos internacionais com o objetivo de evitar
novas guerras. O projeto não obteve sucesso, pois não contou com importantes
países do cenário mundial, como Rússia, EUA e a própria Alemanha.
Em setembro de 1917,
seria ainda assinado o Tratado de Saint-Germain com a Áustria, que decidiu pelo
desmembramento do Império Austro-Húngaro. Surgiram com isso novos países, como
a Áustria, a Hungria, a Polônia, a Tchecoslováquia e o Reino dos Sérvios,
Croatas e Eslovenos (que mais tarde se transformaria na Iugoslávia). A Áustria
perdia ainda seu acesso ao mar neste tratado.
Com a Turquia seria
assinado ainda o Tratado de Sèvres, que colocou fim ao secular Império
Turco-Otomano.
A I Guerra Mundial,
que deixou perto de 13 milhões de mortos e 20 milhões de feridos, fez com que a
Alemanha, através do Tratado de Versalhes, mergulhasse em uma profunda crise
econômica e social. O resultado desta crise foi a ascensão do nazismo na década
de 1930 e a posterior eclosão da II Guerra Mundial.
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