segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Rota nova...

Mudar de vida pode ser mais fácil do que você pensa
Mudar de vida e livrar-se das amarras internas que atravancam a sua vida. Quer melhor projeto para começar o ano novo?

A virada não precisa (nem deve) ser radical. Bastam alguns ajustes no seu jeito de ser
Nossa proposta é que você faça uma auto-análise para identificar (e tentar mudar) comportamentos que resultam em rugas cotidianas. E eles são muitos, admita. É o ciúme que estraga os relacionamentos, um jeito ansioso de ser que faz pequenos problemas ganharem corpo ou ainda a intransigência, às vezes um empecilho para o crescimento profissional.

"O homem se transforma o tempo todo", garante a psicanalista Rita Charter, professora da Pontifícia Universidade Católica, a PUC de Campinas. Tem até pesquisa - e das sérias - pondo por terra aquela velha tese que pode ser resumida em uma frase: "Eu sou assim e pronto". A Universidade de Berkeley, que fica na Califórnia, nos Estados Unidos, estudou por três anos cerca de 132 mil voluntários, de 21 a 60 anos, e concluiu que a personalidade se altera com a idade e, na maioria dos casos, para melhor. Não que ocorram profundas transformações, mas sim uma espécie de renovação interna.

Em resumo, os pesquisadores constataram que, entre 20 e 30 anos, pessoas de ambos os sexos tornam-se em geral mais disciplinadas, organizadas, criativas e abertas a novos conhecimentos. Já as mulheres dessa faixa etária monstram-se mais extrovertidas do que os homens - uma diferença de comportamento que não fica tão evidente com o passar do tempo. 
E as emoções, como se comportam? Bem, no time feminino elas vão ficando mais equilibradas, diferentemente do que ocorre com o masculino. Por volta dos 50 anos, é como se homens e mulheres se avaliassem com outra lente e subissem vários degraus no quesito solidariedade. "Não há dúvidas de que as pessoas continuam a amadurecer durante a fase adulta", diz a psicóloga Suely Sales Guimarães, da Universidade de Brasília, no Distrito Federal. É o aprendizado ao longo da vida e as descobertas sobre nós mesmos que ditam a necessidade de mudar comportamentos que não têm mais a ver com a gente. "Novas atitudes sempre dependem de decisão própria e de ação", faz questão de ressaltar Suely.

O primeiro passo para a reestréia da sua personalidade é encarar aqueles problemas de comportamento que estão empatando a sua vida. E aí a saída é botar a cabeça em ordem, organizar os pensamentos e tentar descobrir os motivos da sua forma de agir. Insegurança? Trauma? Encontrar respostas para questões do gênero desperta a consciência de que atitudes indesejadas podem ter uma origem externa e não necessariamente fazem parte da sua personalidade. 
"Fica mais fácil quando você cria condições que favorecem as mudanças e abandona aqueles padrões de comportamento que as impedem", ressalta a psicóloga gaúcha Ana Maria Rossi, especialista em estresse. Alguém já disse que a melhor maneira de não errar é não fazer nada. Só que esse imobilismo, é claro, não leva a lugar nenhum. Então, tenha paciência com os seus erros e nem pense em desistir da empreitada. Se a tal da reinvenção parecer difícil, procure ajuda de um especialista. Você só precisa se dar a segunda chance a que todos nós temos direito na vida. E, quem sabe, a terceira, a quarta, a quinta...

MUDANÇA DE ATITUDE
A virada não precisa (nem deve) ser radical. Bastam alguns ajustes no seu jeito de ser
· Aceite que mudar implica assumir certos riscos.
· Use os mesmos parâmetros para avaliar-se a si e aos outros.
· Não exija soluções mágicas para os problemas.
· Seja paciente, pois mudanças vêm com o tempo.
· Estabeleça metas razoáveis para os seus projetos de mudança.
· Entenda que adquirirm novas condutas requer esforço e prática.


MUDAR É PRECISO
Dois exemplos do que a ciência já sabe sobre a nossa capacidade de transformação
1. Pesquisadores da Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos, descobriram que pessoas extrovertidas e abertas a novas situações aprendem mais rápido e são mais inteligentes.
2. Um trabalho da Universidade de Stanford, que também fica nos Estados Unidos, revelou que o cérebro de indivíduos ansiosos, comparado com o de gente que dificilmente se abala em situações adversas, é menos ativado quando vê imagens felizes. Diante de situações tristes ocorre o oposto, ou seja, a massa cinzenta dos agitados fica a mil. Em outras palavras, a ansiedade aumenta o risco de depressão.

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