quinta-feira, 31 de maio de 2012

Curioso...


A tragédia do Titanic completa 100 anos hoje, dia 14 de abril. Hollywood usou a história do naufrágio para o cinema em três diferentes versões. Todas elas contribuíram para o desenvolvimento de um fascínio pelo transatlântico, ajudando a consagrar mitos e romantismos. Tem muita gente que pensa que o Titanic é uma fantasia inventada pelo cinema. O assunto foi pauta na rede social Twitter esta semana, que revelou muitos usuários surpresos com a constatação de que a tragédia foi real:
site da BBC publicou na semana passada uma excelente reportagem derrubando alguns dos mitos envolvendo o Titanic. Confira-os aqui no Blog do Curioso:
Mito 1: O navio “inafundável”
No mais recente (e mais famoso) filme de Titanic (1997), os personagens não cansam de repetir: “Todo mundo está dizendo por aí que este navio é inafundável”. Mito! AWhite Star Line, fabricante do Titanic, nunca usou esse argumento em sua propaganda. A viagem do Titanic não era nem divulgada na mídia antes da tragédia. O transatlântico Olympic, que fez a mesma rota Southampton (Inglaterra)–Nova York (Estados Unidos) um ano antes do Titanic, ainda era o centro das atenções das elites. Algumas notícias sobre a tragédia do Titanic foram inclusive ilustradas com fotos do Olympic, dada a pouca importância dirigida ao navio pela imprensa mundial.
Mito 2: A última música tocada pela orquestra
Todos os filmes que contam a história do Titanic mostram a orquestra do navio tocando uma canção enquanto o navio afunda. No cinema, os músicos são mostrados como heróis, que escolhem deixar de lado a salvação para acalmar os passageiros ao som de “Nearer, My God, To Thee”. As cenas não são infundadas: o jornal Daily Mail publicou na primeira capa de sua edição de 20 de abril: “Músicos heróis do navio Titanic tocam ‘Nearer, My God, To Thee’ enquanto o transatlântico afunda”. Testemunhas, no entanto, não confirmam ter sido esta a música tema do naufrágio. Segundo sobreviventes, os músicos tocaram canções ao estilo ragtime, gênero norte-americano muito popular nas primeiras décadas do século XX.
Mito 3: A morte do capitão Smith
O capitão Smith é historicamente retratado como um herói, apesar de haver indícios de displicência da parte dele quanto aos alertas de icebergs. Foi também ele quem permitiu que botes salva-vidas partissem com lugares vagos (o primeiro bote, com capacidade de comportar 65 pessoas, saiu com apenas 27). Além disso, o capitão não emitiu um sinal de alerta para os passageiros, fazendo com que muitos deles demorassem a perceber que o navio estava afundando. A imagem de herói, construída pela mídia logo depois do desastre, foi reforçada pelo cinema. Na última versão de “Titanic” (1997), a cena da morte do capitão Smith é grandiosa, digna da sustentação de um mito.
Mito 4: O empresário vilão
Presidente da companhia que construiu o Titanic, J. Bruce Ismay é retratado no cinema como um covarde que toma o lugar de mulheres e criancinhas no bote salva-vidas. Ele também é visto como o responsável por convencer o capitão a acelerar o navio (uma das causas do acidente). Testemunhas da cena, porém, afirmam que o empresário ajudou a salvar muita gente antes de garantir seu lugar nos botes. A degradação imagem de Ismay é, na verdade, fruto de uma rixa entre ele e William Randolph Hearst, magnata da imprensa norte-americana na época. Hearst distorceu as informações e conseguiu o que queria: até hoje, existe o mito da covardia de Ismay.
Mito 5: Os passageiros da 3ª classe
O Titanic de James Cameron mostra passageiros da 3ª classe do navio sendo impedidos de sair de seus andares para tentar se salvar. No entanto, não há evidência histórica que comprove isso. O que aconteceu foi que não havia botes salva-vidas disponíveis no deck da 3ª classe. Por isso, enquanto os passageiros da 1ª e 2ª classes estavam próximos aos botes, os da 3ª tinham de fazer um longo percurso, que incluía corredores, escadas e grandes saguões, para tentar um lugar nos botes. Não há como negar, no entanto, que a classe fez diferença no saldo de sobreviventes do Titanic: 62% dos passageiros da 1ª classe conseguiram se salvar, contra apenas 25% da 3ª classe.

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