Relatório da OMS aponta que 1 em
cada 3 adultos sofre hipertensão e 1 em cada 10 é diabético
Um
de cada três adultos sofre hipertensão, uma condição que causa cerca de metade
de todas as mortes por derrame e problemas cardíacos no mundo, enquanto um de
cada dez tem diabetes, destacou nesta quarta-feira (16) a Organização Mundial
da Saúde (OMS) em seu relatório anual sobre estatísticas sanitárias.
"Este
relatório oferece uma evidência a mais do dramático aumento das condições que
desencadeiam as doenças de coração e outras doenças crônicas, particularmente
nos países pobres e em desenvolvimento", disse a diretora geral da OMS,
Margaret Chan.
Margaret
ressaltou o preocupante fato de que "em alguns países africanos, metade da
população adulta sofra hipertensão", razão pela qual a OMS quer chamar a
atenção para "o crescente impacto das doenças não contagiosas".
Pela
primeira vez o estudo estatístico da OMS inclui informação de 194 países sobre
os altos níveis em homens e mulheres da pressão sanguínea e da taxa de glicose
no sangue, que revela, entre outras coisas, que os diagnósticos e os
tratamentos baratos destas dolências reduziram o problema nos países
desenvolvidos.
A
inquietação da organização é que em lugares como a África, onde não são
aplicadas estas medidas preventivas, a maior parte das pessoas com estas
doenças não sabem que correm um "alto risco de morte e incapacidade por um
ataque no coração ou um derrame".
Pela
primeira vez o documento contém também informação sobre níveis de glicose no
sangue, que indica que enquanto a prevalência média global está em torno de
10%, até um terço da população em alguns países do Pacífico sofre esta
dolência.
A
OMS lembra que, se não for tratado, o diabetes pode causar doenças
cardiovasculares, cegueira e falha renal.
A
terceira grande preocupação é o excesso de peso, já que "em todas as regiões
do mundo, o número de obesos dobrou entre 1980 e 2008", declarou Ties
Boerma, diretor do Departamento de Estatísticas Sanitárias e Sistemas da
Informação da OMS.
"Hoje,
cerca de 500 milhões de pessoas (12% da população mundial) são consideradas
obesas", segundo Boerma.
O
nível mais alto de obesidade foi registrado na região das Américas (26% dos
adultos) e o mais baixo no Sudeste Asiático (3% dos adultos), sendo maior a
proporção de mulheres obesas que a de homens, com o impacto que isto representa
quanto ao risco de diabetes, problemas de coração e câncer.
A
conclusão é que as doenças não contagiosas são atualmente a causa de dois
terços das mortes no mundo, e por isso a OMS trabalha em um marco de
acompanhamento e uma série de metas voluntárias para prevenir e controlar o
problema.
O
relatório será um dos assuntos abordados na próxima Assembleia Mundial sobre a
Saúde da OMS em Genebra (entre os dias 21 e 26 de maio), que também informará
os avanços conquistados.
Segundo
a OMS, desde que há mais de uma década se estabeleceram os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM) da ONU, "foi possível um progresso
substancial na redução da mortalidade infantil e maternal, em relação ao HIV, à
tuberculose e à malária".
A
desnutrição infantil é a causa subjacente de aproximadamente 35% das mortes de
crianças menores de cinco anos, embora no caso dos países em desenvolvimento
tenha sido detectada certa melhora: entre 1990 e 2010 a proporção de crianças
dessas idades que apresentavam peso abaixo do recomendável passou de 29% para
18%.
Já a
mortalidade entre menores de cinco anos nas últimas duas décadas reduziu 35% de
88 mortes para cada mil nascidos vivos em 1990 (um total de 10 milhões de
crianças) até 57 para cada mil (7,6 milhões) em 2010.
"As
reduções foram particularmente impactantes nas mortes por diarréias e por
sarampo", destacou a organização.
Especialmente
significativo é o dado sobre a África, onde acontece metade das mortes de
menores de cinco anos, já que a taxa de redução passou de 1,5% (1990-2010) para
2,8% (2005-2010).
O
dado de redução é grande também no que se refere ao número de mortes maternais
(de 543 mil em 1990 para 287 mil em 2010), mas a OMS indica que "a taxa de
redução é apenas a metade do necessário para conseguir o objetivo relevante dos
ODM".
Nenhum comentário:
Postar um comentário