'Fui
saco de pancada por 40 anos', diz mulher que denunciou marido no PR
Por determinação da Justiça, agressor foi obrigado a sair
de casa. Delegacia da mulher em Maringá apresentou aumento no nº de denúncias.
Uma mulher, que preferiu não se
identificar, afirmou ter sido violentada durante 40 anos pelo marido.
Atualmente ela comemora a liberdade depois de tê-lo denunciado à Delegacia da
Mulher em Maringá, no norte do Paraná. "Fui o saco de pancada dele por 40
anos. A vida inteira ele me bateu e me agrediu com palavras pesadas. Quando ele
fazia isso, me pegava pelo cabelo e eu não tinha como me defender. Hoje estou
livre (...), livre para sempre".
Ela disse também que demorou para
denunciá-lo porque ainda gostava dele. "Eu gostava dele e ele prometia que
não ia fazer mais, que não ia beber mais (...) e que ia largar e que ia parar
de beber. E eu acreditava na conversa dele".
Por determinação da Justiça, o agressor
foi obrigado a sair de casa. "Hoje eu tenho paz dentro de casa, coisa que
eu nunca tive", complementou a mulher.
A vítima faz parte de um levantamento
feito pela Delegacia da Mulher em Maringá, no norte do Paraná, que mostrou que
o número de mulheres que denunciaram agressões de violência doméstica nos três
primeiros meses de 2012, já é quase a metade das denúncias feitas durante os 12
meses de 2011.
Os dados mostram que no ano passado foram
521 inquéritos abertos com esse tipo de situação. E entre janeiro e março deste
ano foram 257.
A Lei Maria da Penha, criada em 2006, é a
principal motivação para encorajar as vítimas a relatar as agressões, segundo a
delegada Emilene Locatelli. "As mulheres estão mais esclarecidas, as
campanhas do Governo Federal tem incentivado as denúncias e elas têm procurado
a delegacia para denunciar os agressores".
O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou
em fevereiro deste ano uma mudança na Lei Maria da Penha. Com a alteração, o
Ministério Público (MP) pode denunciar o agressor nos casos de violência
doméstica contra a mulher, mesmo que a mulher não apresente queixa contra quem
a agrediu.
Até a mudança, a Lei Maria da Penha
permitia inclusive que a queixa feita pela mulher agredida fosse retirada. A
partir de agora, o Ministério Público pode abrir a ação após a apresentação da
queixa, o que garante sua continuidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário