Ó, vida! Que olhos o amor me deu
Que não correspondem ao que vejo?
Ou, se for verdade, o que houve com
meu julgamento,
Que censura mal o que corretamente
veem?
Se for justo o que meus falsos olhos
vislumbram,
O que é o mundo se dissermos que ele
não o é?
E se não for, então, o amor bem prova
Seu olhar não ser tão verdadeiro:
não,
Como é possível? Ah, como pode o Amor
ver bem,
Se está tão ocupado em mirar e prantear?
Não há surpresa, assim, que meus
olhos vejam mal;
O próprio sol não vê senão quando o
dia está claro.
Ah, astuto amor! Cegas-me com tuas
lágrimas,
Para que meus bons olhos não vejam
tuas iníquas falhas.
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