Black Blocs afirmam que são
financiados por ONGs nacionais e estrangeiras
ÉPOCA
passou o fim de semana num campo de treinamento do grupo que adotou o
quebra-quebra como forma de manifestação política.
Capa
- Edição 807 (home) (Foto: ÉPOCA)
Em
um sítio no interior de São Paulo, pouco mais de 30 pessoas se reuniram, no fim
de semana do Dia dos Finados, para organizar uma nova onda de protestos contra
tudo e contra todos. O local se tornou um centro de treinamento para uma
minoria que adotou o quebra-quebra como forma de manifestação política e ficou
conhecida como Black Bloc. O repórter Leonel Rocha testemunhou as reuniões e
relata na edição de ÉPOCA desta semana que, ao contrário do que afirmam órgãos
de segurança federais e estaduais, eles não são manifestantes que aparecem nos
protestos "do nada", sem organização. Os Black Blocs têm método,
objetivos, um programa de atuação e, segundo afirmaram, acesso a financiamento
de entidades estrangeiras.
De
acordo com Leonardo Morelli, jornalista que coordena a ONG Defensoria Social,
braço visível e oficial que apoia os Black Blocs, a ONG Instituto St Quasar,
ligada a causas ambientais, já repassou, neste ano, € 100 mil aos cofres da
entidade. Morelli recebeu a reportagem de ÉPOCA no sítio em São Paulo. Segundo
ele, o próprio veículo (uma Kombi) que levou Leonel Rocha ao local do
treinamento, a partir do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), foi
financiado com doação de entidades nacionais e estrangeiras. Morelli diz que um
Jeep Willys também foi comprado com esse dinheiro. Ele também cita entre seus
doadores organizações como as suíças La Maison des Associations
Socio-Politiques, sediada em Genebra, e Les Idées, entidade ligada ao deputado
verde Jean Rossiaud. Procurados por ÉPOCA, ambas negaram ter enviado dinheiro.
Morelli diz que a Defensoria Social também foi abastecida pelo Fundo Nacional
de Solidariedade, da CNBB. A CNBB negou os repasses. Morelli ainda relacionou
entre seus contatos os padres católicos Combonianos e a Central Operária
Boliviana.
TREINAMENTO
Leonardo Morelli, da ONG Defensoria Social, e três dos participantes do
encontro. Ele influencia os Black Blocs com suas causas.
TREINAMENTO
Leonardo
Morelli, da ONG Defensoria Social, e três dos participantes do encontro. Ele
influencia os Black Blocs com suas causas (Foto: Leonel Rocha/ÉPOCA)
O
sítio black bloc. 1. Sem sinal de animais ou lavoura, dois dos três casebres
usados pelos ativistas são encobertos pela vegetação. 2. Fachada da única casa
habitável. Lá, tudo precisa de reparos.
3. A mesa comprida chega até a cozinha.
É usada para reunião.
O
sítio black bloc 1. Sem sinal de animais ou lavoura, dois dos três casebres
usados pelos ativistas são encobertos pela vegetação 2. Fachada da única casa
habitável. Lá, tudo precisa de reparos 3. A mesa comprida chega até a cozinha.
É usada para reuniões, não para refeições 4. Em cartazes e faixas espalhados
pelas paredes que clamam por pintura, os Black Blocs pedem paz apesar de agir
com violência. http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2013/11/bblack-blocs-afirmam-que-sao-financiadosb-por-ongs-nacionais-e-estrangeiras.html
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