sábado, 2 de novembro de 2013

Entendendo...

Skinheads

O estereótipo clássico dos integrantes do movimento skinhead.

Skinheads é uma subcultura juvenil que possui tanto aspecto musical como também estético e comportamental. Os skinheads se originaram na década de 1960, no Reino Unido, constituído em sua maioria por brancos e negros (imigrantes jamaicanos), reunidos pela música (ska, reggae, rude boys, etc.).

Um skinhead pode ser tanto um garoto quanto uma garota que têm afinidades e se sente bem com essa cultura. Apesar de a expressão skinhead ser traduzida como “cabeça pelada”, há skins que não seguem esse estereótipo, podem ter mais cabelo do que muitos que não são skins e se vestir totalmente contrário ao estilo mostrado pela mídia.

A cultura skinheads da década de 60 ficou famosa por promover confrontos nos estádios de futebol (confronto entre as torcidas dos times rivais, conhecido na Inglaterra como hooliganismo) e por alguns skins demonstrarem animosidade para com os paquistaneses e asiáticos. 

Mesmo tendo apatia por essas duas culturas, os skins dessa época eram contra os grupos neonazistas e não aceitavam o racismo contra negros, já que muitos desses skins eram descendentes de negros. 

A “segunda geração” de skinheads surgiu no final da década de 1970, essa mesclou a cultura do “espírito de 69” à cultura punk, mas na década de 1980, a cultura skinhead sofreu grandes mudanças, a principal delas foi a fragmentação da cultura em diversos submovimentos, pois nesse período, com a infiltração da política dentro da cultura skin, integrantes do movimento passaram a promover o racismo contra negros, a xenofobia, a homofobia e a cultivar as ideologias neonazistas. 

Por esse motivo, hoje temos skinheads de todos os estilos, há os skinheads que curtem a vida sem manifestar preconceito para com seu semelhante e os que demonstram uma animosidade extrema para com aqueles que se diferem de alguma forma, como a cor da pele.

Atualmente é comum os meios de comunicação e muitas pessoas associarem a palavra skinhead às agressões fascistas e grupos neonazistas, mas vale ressaltar que tradicionalmente os verdadeiros skins têm estado sempre à margem dessas atitudes condenáveis de agressões contra o próximo. 

Portanto, ao ouvir a expressão skinhead ou ao ver um simpatizante dessa cultura, não é bom rotulá-lo como a mídia faz, primeiramente devemos saber se aquele skin pertence à cultura originária na década de 60 ou aos grupos nascidos na fragmentação do movimento na década de 80.

Para conhecer melhor as pessoas que fazem parte da cultura skinhead, segue parte de uma entrevista com um skin, que para evitar inconvenientes será chamado de “Caio”.

Brasil Escola:
Quem são os skinheads?

Caio:
Acho que o perfil varia muito, vai desde o pai ou mãe de família que trabalha pra sustentar a casa, ao rapaz mais novo, que cursa a faculdade ou trabalha, talvez os dois. Claro que há sempre aqueles tipinhos que são a escória que sujam a imagem de todos.

Brasil Escola:
Esse movimento é organizado, ou seja, existe uma espécie de associação dos skinheads?

Caio:
Não.

Brasil Escola:
Vocês têm preconceitos para com nordestinos, homossexuais, negros e índios?

Caio:
Nunca, eu tenho ancestrais negros e indígenas, e não tenho vergonha, orgulho ou preconceito de algum tipo em relação a isso, e qualquer um que se diga skinhead não pode ser racista. Fato.

Brasil Escola:
Que tipo de simbologia há dentro do grupo skinhead?

Caio:
Acho que certas simbologias foram inventadas.

Brasil Escola:
Há rivalidade entre skinheads de um grupo para com outro?

Caio:
Rivalidade? Skinheads não têm isso de “eu sou mais skinhead que você”, coisa de moleque bobo que sai lendo coisa na internet e paga de mau.

É importante ressaltar que todos os grupos sociais de diferentes raças, credos, nacionalidades, devem ser respeitados, pois vivemos em uma sociedade democrática onde todos têm o direito de ser, pensar e crer, como e no que quiser.

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