SONETOS DE
SHAKESPEARE
Meu amor arde como
febre, ansiando ainda
O que por muito tempo
causou-me mal-estar;
Alimentando o que me
mantém doente,
Para satisfazer o
apetite incerto e doentio.
Minha razão, o médico do
meu amor,
Zangado por sua
prescrição não ser seguida,
Abandonou-me e, eu,
desesperado, agora sei
Que meu desejo é a morte
que a ciência pôs de lado.
Não tenho mais cura, não
tenho mais razão,
Enlouquecido em eterno
desassossego;
Meus pensamentos e
minhas palavras são de um louco,
À parte da verdade
expressa em vão;
Pois te jurei ser
autêntico, e acreditei-te iluminada,
Tu, que és negra como o
inferno e escura como a noite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário