Polêmica: criança adotada
vai ser devolvida aos pais biológicos
Oi, gente!
Há dias um tema me perturba e me tira o sono: o caso de uma menina de
quatro anos, adotada há dois anos e meio, que vai ser devolvida aos pais
biológicos, depois de decisão da Justiça. Parece enredo de filme. Mas é vida
real. E é um drama. De partir o coração, sem importar o lado em que se está.
A menininha chegou a casa dos pais adotivos com 1 ano e 10 meses.
Foi retirada dos pais biológicos, assim como os outros 6 irmãos, porque eles
eram acusados de maus tratos. Na época todos foram para um abrigo e a menininha
foi adotada. A mãe passou por tratamento e os seis filhos voltaram pra casa,
menos ela. Desde então os pais biológicos brigam na justiça para reaver a
guarda da filha. Agora, finalmente, o casal teria conseguido comprovar a
reversão do quadro de degradação familiar e o juiz determinou que a filha volte
pra casa.
"O sofrimento dessa família é muito grande pela falta da
menina. Apesar de serem pobres, isso não é motivo para retirar ninguém da
família. A decisão do tribunal foi muito acertada. E eles não decidem baseados
em suposições, decidem baseados em fatos", declarou a advogada do casal,
Cinthya Rodrigues.
A família adotiva não se conforma. "Pior que isso só a morte.
Não consigo fazer mais nada. Eu emagreci, a minha esposa emagreceu. A minha
filha de 12 anos nem conversa mais com ninguém. Estamos tristes e
cabisbaixos", disse o empresário Válbio Messias da Silva em entrevistas
recentes. Ele, no entanto, disse que não comenta o assunto com a menina de
quatro anos, mas procurou ajuda psicológica para ela. O desespero é tanto que
uma página no Facebook foi criada pela família com o título de "Fica
Duda" e já tem quase 18 milhões de curtidas.
Confesso que não sei o que pensar. Entendo os pais biológicos, que
querem a filha de volta. Mas entendo também os pais adotivos, que já se sentem
pais de verdade, criam essa criança há dois anos e meio. Criaram vínculos,
laços, amor uns pelos outros. Como vai ser isso? Como essa criança vai lidar
com mais essa mudança de casa, de família, de vida?
Não sei o que pensar. Sei que torço para que essa menininha sofra o
mínimo possível. Se tudo isso é muito para juízes, jornalistas e adultos em
geral, imagine para quem tem 4 anos.
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