quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Tecnologia de ponta...

Está provado: tamanho é documento, sim. Por Mônica El Bayeh
Responda-me com sinceridade, qual é o tamanho do aparelho? Você está satisfeito com o tamanho do aparelho ou tinha vontade de ter um maior? O dito popular consola dizendo que tamanho não é documento e que o importante mesmo não é o comprimento da varinha, mas o prazer que ela proporciona. Só que não.
Sem querer decepcionar e já decepcionando, se for o seu caso, tenho que informar que essa tese foi posta por água abaixo. Que me desculpem os que não são bem dotados. Mas a professora de psicologia social Amy Cuddy, da Harvard Business acha que sim, o tamanho do aparelho influencia no desempenho.
Na pesquisa, Amy observou que quanto maior era o aparelho, mais seguras as pessoas se mostravam na hora do vamos ver. Mais firmes eram em investidas. O aparelho ao qual a pesquisa se refere, provavelmente, não é o que você imaginou. Pode respirar aliviado. São gadgets da Apple: computador de mesa, laptop, tablet e Ipod Touch.
Amy fez uma experiência na qual pedia às pessoas que fizessem um trabalho para ela. Prometia que o trabalho seria remunerado. 
Mas ao final do trabalho ela simplesmente saía sem pagar nem dar satisfação. Noventa e quatro por cento dos usuários de IMac ( computador de mesa) foram atrás dela cobrar pelo trabalho realizado. Apenas metade das pessoas que usavam Ipod Touch foram cobrar seus direitos.
É isso. Acha-se que valho corro atrás dos meus direitos. Imponho-me. Não admito ser enganado, desrespeitado. Acha-se que não tenho valor, entendo o que o outro fez de mal para mim. Ressinto-me, não aceito, mas acato. Não reajo adequadamente e quase concordo com ele.
É bem isso. Na verdade somos um aparelho completo e complexo. E temos o valor que nós nos damos: variando de IMac a radinho de pilha. Acha-se que sou de grande porte e valho muito, serei seletivo. Não é qualquer meia bomba que me serve. Trato-me bem. Só aceito o que me convém. 
Não falo em egoísmo. Não há egoísmo em se querer bem. Falo em valorização. Sei que tenho valor, sei que consigo e acabo conseguindo mesmo, porque acredito e trabalho para isso.
Acho bonita a forma como pessoas que se veem como bons aparelhos funcionam. Já repararam? Elas jogam limpo. Não têm, mas - mas –mas. Fazem, correm atrás, falam o que pensam. São transparentes como água cristalina. E refletem a luz do sol. Iluminam em volta. São ímpares. Eu disfarço e paro para admirar. Sempre se aprende com elas.
Não se sentem superiores a ninguém. São superiores no melhor que podem ser. Isso é tudo. Olhem em volta, verão muitas delas. Sempre têm por aí. São tranquilas, pacíficas, boas de lidar. Se não quiserem, não puderem, não gostarem, vão te comunicar de forma clara e objetiva e límpida. Simples assim.
Pessoas que sabem o real valor que têm conhecem bem seus limites. Sabem até onde vão e onde começa o outro. Então não te invadem. Nem permitem ser invadidas. Desviam. Não perdem tempo em confronto. São felizes. Possuem o poder de saber que a vida pode ser feita e refeita sempre. Estão sempre em permanente construção.
Soam-me como brechó. Apesar do potencial de serem bonitas e valiosas. Apresentam-se empoeiradas, dispostas de qualquer forma. Por qualquer migalha você leva. Elas têm valor real, só não enxergam isso. Conhece aquelas malas que você abre fecho e ela aumenta. Abre outro, aumenta mais? Somos todos malas extensíveis. Uns abrem fechos. Outros seguem apertados. Uns constroem duplex. Outros se satisfazem com quitinete.
Pessoas que não têm noção de seu valor estabelecem relações confusas. Não sabem ser claras nem para elas mesmas. Perdem-se no meio termo. Ou não falam nada ou saem te cuspindo marimbondo. Embolam-se com você e não percebem. Acusam-te do que seria responsabilidade delas. Tudo tem um ‘mas’. Uma dificuldade.
Deixam-te cansada, com raiva, com a sensação de final de bateria. Esgotam-te as forças. A convivência é pesada. Confusa como água barrenta. Você nunca enxerga muito bem o que tem no fundo. Mas sabe que a qualquer momento pode ser atacado por ali.
Como supõem valer pouco aceitam qualquer relação, qualquer trabalho, quaisquer circunstâncias. Aceitam maus tratos sem muito estranhamento . Perpetuam relações nefastas que chamam de amor quando o amor ali nunca esteve. Ficam expostas às más intenções de quem realmente não vale coisa nenhuma. Quem olha de fora se pergunta: por que? É difícil entender.
Acreditam que só valem aquilo, não vão conseguir melhor mesmo. Então deixam como está. Aliás, deixar como está é o lema do pouco valor. Parece que falta esperança. Acreditam que é dali para pior. Então melhor não mexer e deixar como está.
É triste perceber que a pessoa acredita que só mereça aquilo da vida quando a vida é tão mais e tão possível. A vida é um banquete já pronto e servido. Não é possível para todos. Só para os que conseguem perceber que ela está ali.
A mágica da varinha é interna. É ela que me transforma de radinho de pilha em super computador de ultima linha. Porque é o tamanho que sinto que tenho que me coloca ereto ou mole para a vida. É a grandeza que me atribuo que faz toda a mágica da transformação. E me transforma em príncipe ou abóbora. Em carruagem ou rato. Tira-me dos trapos e me veste de gala. A esperança de que posso, sim, crescer a partir de onde estou. Quando eu me transformo, tudo cresce junto comigo.

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