Sexo casual, quente, quente!
Dois desconhecidos se
encontram em um apartamento para alugar. O que deveria ser uma visita se
transforma numa tarde muito quente em Estranhos, texto do livro, "50
Contos e 3 Novelas"
Tarde alucinante
Uma tarde de tirar o
fôlego
Cheguei à portaria
daquele edifício para ver o apartamento quase ao mesmo tempo em que uma mulher.
Quando o porteiro estendeu a chave na minha direção, pois eu chegara um pouco
antes, ela disse com uma voz que pretendia ser durona: Não podemos subir todos
juntos? O apartamento está vazio e, se a senhora não se importar, pode subir
sozinha com ele - o porteiro apontou a chave na minha direção. Ela olhou para
mim de cima a baixo, como se me avaliasse, até concluir que eu era inofensivo. Por
mim, tudo bem - ela disse. Chegamos ao décimo primeiro andar, o do nosso
apartamento, e vi que a mão dela tremia ao tentar enfiar a chave. Eu disse
"Me dá licença", peguei a chave e introduzi facilmente na
fechadura.Ao virar-me para examinar melhor a sala, reparei numas irregularidades
na parede em frente, onde o sol batia nesse instante. A massa e a pintura
tinham sido retocadas havia muito pouco tempo, em alguns pontos, formando
pequenos calombos. Aproximei-me para vê-los de perto. Podem ser tiros - eu
disse.
- Eles devem ter
extraído as balas. Por isso o aluguel é tão barato. Enquanto ela foi ver um dos
quartos, que dava para os fundos do prédio, fui ver outro bem em frente ao
dela. Abri a janela e depois fui dar uma olhada no armário embutido. Tentei
abrir uma das gavetas e percebi que alguma coisa a estava emperrando. Puxei com
força e um sutiã, empoeirado, acabou por soltar-se. Peguei-o e observei que,
pelo seu tamanho e desenho, fora usado por uma mulher de seios pequenos,
provavelmente uma jovem.
- Vem cá ver - a mulher
me chamou em voz alta. - Balas! - a mulher disse, com uma espécie de alegria,
embora o buraco fosse só um. - Você tinha razão. Fiquei satisfeito com aquele
reconhecimento e acrescentei, excitado:
- Vi poucas crianças no
playground. Deve ter muita gente deixando o prédio.
- Morrer não tem a menor
importância. O horrível é ficar velha!
- Você está longe disso
- eu disse, sentindo-me metade idiota, metade cafajeste. Mas percebi que uma
centelha se acendera em seus olhos.
- Estou com trinta e quatro
anos - a mulher disse e olhou para mim, com certa expectativa.
- Parece ter bem menos.
E, mesmo que parecesse, é uma bela idade.
- Ele parece que não
acha - ela retrucou amargamente.
- Ele quem?
- Não interessa.
- Foi aí que eu disse a
grande besteira, ou talvez não, levando-se em conta o que aconteceu depois.
- Ele te abandonou?
- Ninguém jamais me
abandonou, entendeu? - ela gritava. - Ninguém, ouviu?
- Claro - eu disse.
- Vocês são todos
iguais. Não pense que não vi você pegando aquele sutiã. Eu não preciso usar,
veja!
Ela arrancou o vestido
de baixo para cima, de um só golpe. Eram seios perfeitos. Talvez houvessem
sofrido uma plástica, mas que importância tinha isso se eram tão bonitos e
gostosos? Não havia outra coisa a fazer senão acariciá-los enquanto enfiava a
mão em sua calcinha branca, e a mulher, por sua vez, desatava o meu cinto, para
depois baixar minha calça e minha cueca, tudo de uma só vez, ajoelhando-se
então aos meus pés para chupar o meu pau, fazendo-o crescer de uma forma
incomensurável, que dava a ela uma satisfação intensa. Enquanto eu tirava tudo,
ela tirou a calcinha e acendeu calmamente um cigarro.
- Poxa, como você fuma,
hein? - eu disse, apenas por dizer, ou porque aquele silêncio contemplativo me
deixava um pouco embaraçado.
A resposta dela foi dar
uma tragada funda e provocativa, para depois aproximar-se de mim, pedindo que
eu a beijasse na boca. Foi um desses beijos profundos, sexuais. Enquanto ele
transcorria, ela foi soprando a fumaça para dentro da minha boca, lentamente. Se
palavras podem descrever tal experiência, devo dizer que ela me alucinou como
se eu fosse um fumador de ópio, e que foi a maior intimidade que jamais tive
com uma mulher, como se eu a conhecesse em todas as suas entranhas. Virei-me de
bruços e ela veio por cima de mim, de um modo que me fez conhecer melhor o
mecanismo das mulheres, ou pelo menos de certas mulheres. Esfregando
ritimadamente em minha bunda, ela gozou, inquestionavelmente. Foi uma série de
tremores silenciosos, apenas ligeiramente arfantes, quase introspectivos, até
ela cair ao meu lado, satisfeita. Depois deitou a cabeça em meu peito e começou
a fazer risquinhos nele, com suas unhas pontiagudas. Gastamos duas camisinhas e
fizemos de tudo.
- É melhor descermos
separados, depois de todo esse escândalo.
- Me diga ao menos seu
nome.
- O que passou, passou
certo?
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