Fenícios
A civilização
fenícia desenvolveu-se na Fenícia, território do atual Líbano. Os fenícios eram
povos de origem semita. Por volta de 3000 a.C., estabeleceram-se numa estreita
faixa de terra com cerca de 35 km de largura, situada entre as montanhas do
Líbano e o mar Mediterrâneo. Com 200 km de extensão, corresponde a maior parte
do litoral do atual Líbano e uma pequena parte da Síria.
Por habitarem uma
região montanhosa e com poucas terras férteis, os fenícios dedicaram-se à pesca
e ao comércio marítimo.
As cidades fenícias
que mais de desenvolveram na antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon.
Características da
Fenícia
A fenícia, terra de
marinheiros e comerciantes, ocupava uma estreita área, com aproximadamente 40
km de largura, entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do Líbano. Atualmente
essa região corresponde ao Líbano e a parte da Síria.
O solo montanhoso
da Fenícia não era favorável ao desenvolvimento agrícola e pastoril. Vivendo como
que espremido em seu território. o povo fenício percebeu a necessidade de se
lançar ao mar e desenvolver o comércio pelas cidades do Mediterrâneo.
Entre os fatores
que favoreceram o sucesso comercial e marítimo da Fenícia, podemos destacar que
a região:
Era muito
encruzilhada de rotas comerciais, o escoadouro natural das caravanas de
comercio que vinham da Ásia em direção ao Mediterrâneo;
Era rica em cedros,
que forneciam a valiosa madeira para a construção de navios;
Possuía bons portos
naturais em suas principais cidades (Ugarit, Biblos, Sidon e Tiro);
Tinha praias
repletas de um molusco (múrice), do qual se extraía a púrpura, corante de cor
vermelha utilizando para o tingimento de tecidos, muito procurados entre as
elites de diversas regiões da Antiguidade.
As cidades fenícias
A Fenícia era, na
verdade, um conjunto de Cidades-Estado, independentes entre si. Algumas
adotavam a Monarquia Hereditária; outras eram governadas por um Conselho de
Anciãos. As cidades fenícias disputavam entre si e com outros povos, o controle
das principais rotas do comércio marítimo.
Economia
A principal
atividade econômica dos fenícios era o comércio. Em razão dos negócios
comerciais, os fenícios desenvolveram técnicas de navegação marítima,
tornando-se os maiores navegadores de Antiguidade. Desse modo, comerciavam com
grande número de povos e em vários lugares do Mediterrâneo, guardando em
segredo as rotas marítimas que descobriam.
Considerável parte dos produtos
comercializados pelos fenícios provinha de suas oficinas artesanais, que
dedicavam à metalurgia (armas de bronze e de ferro, jóias de ouro e de prata,
estátuas religiosas). à fabricação de vidros coloridos e à produção de tintura
de tecidos (merecem destaque os tecidos de púrpura).
Por sua vez, importavam de
várias regiões produtos como metais, essências aromáticas, pedras preciosas, cavalos
e cereais. Tiro era a principal cidade que se dedicava ao comércio de escravos,
adquirindo prisioneiros de guerra e vendendo-os aos soberanos do Oriente
próximo. Expandindo suas atividades comerciais, os fenícios fundaram diversas
colônias que, a princípio, serviam de bases mercantis. Encontramos colônias
fenícias em lugares como Chipre, Sicília, Sardenha e sul da Espanha. No norte
da África, os fenícios fundaram a importante colônia de Cartago.
Relevo de um barco
fenício
O alfabeto, uma
criação fenícia
O que levou os
fenícios a criarem o alfabeto foi justamente a necessidade de controlar e
facilitar o comércio. O alfabeto fenício possuía 22 letras, apenas consoantes,
e era, portanto, muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a
hieroglífica. O alfabeto fenício serviu de base para o alfabeto grego. Este deu
origem ao alfabeto latino, que, por sua vez, gerou o alfabeto atualmente
utilizado no Brasil.
Os fenícios e a
religião
A religião dos
fenícios era politeísta e antropomórfica. Os fenícios conservaram os antigos
deuses tradicionais dos povos semitas: as divindades terrestres e celestes,
comuns a todos os povos da Ásia antiga. Assinale-se, como fato estranho, que
não deram maior importância às divindades do mar.
Cada cidade tinha
seu deus, Baal (senhor), associado muitas vezes a uma entidade feminina -
Baalit. O Baal de Sidon era Eshmun (deus da saúde). Biblos adorava Adônis (deus
da vegetação), cujo culto se associava ao de Ashtart (a caldéia Ihstar; a grega
Astartéia), deusa dos bens terrestres, do amor e da primavera, da fecundidade e
da alegria. Em Tiro rendia-se culto a Melcart e Tanit.
Para aplacar a ira
dos deuses sacrificavam-se animais. E, às vezes, realizavam-se terríveis
sacrifícios humanos. Queimavam-se, inclusive, os próprios filhos. Em algumas
ocasiões, 200 recém-nascidos foram lançados, ao mesmo tempo, ao fogo - enquanto
as mães assistiam, impassíveis, ao sacrifício.
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