segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ao alcance...



















Viva a sabedoria...


Do socialismo utópico ao socialismo científico, Friedrich Engels
O socialismo moderno é, em primeiro lugar, por seu conteúdo, fruto do reflexo na inteligência, de um lado dos antagonismos de classe que imperam na moderna sociedade entre possuidores e despossuídos, capitalistas e operários assalariados, e, de outro lado, da anarquia que reina na produção. Por sua forma teórica, porém, o socialismo começa apresentando-se como uma continuação, mais desenvolvida e mais consequente, dos princípios proclamados pelos grandes pensadores franceses do século XVIII. Como toda nova teoria, o socialismo, embora tivesse suas raízes nos fatos materiais econômicos, teve de ligar-se, ao nascer, às Ideias existentes. Os grandes homens que, na França, iluminaram os cérebros para a revolução que se havia de desencadear, adotaram uma atitude resolutamente revolucionária. Não reconheciam autoridade exterior de nenhuma espécie. A religião, a concepção da natureza, a sociedade, a ordem estatal: tudo eles submetiam à crítica mais impiedosa; tudo quanto existia devia justificar os títulos de sua existência ante o foro da razão, ou renunciar a continuar existindo.



Dos Delitos e das Penas, Cesare Beccaria
A MORAL política não pode proporcionar à sociedade nenhuma vantagem durável, se não for fundada sobre sentimentos indeléveis do coração do homem.

Toda lei que não for estabelecida sobre essa base encontrará sempre uma resistência à qual será constrangida a ceder. Assim, a menor força, continuamente aplicada, destrói por fim um corpo que pareça sólido, porque lhe comunicou um movimento violento.

Consultemos, pois, o coração humano; acharemos nele os princípios fundamentais do direito de punir.

Ninguém fez gratuitamente o sacrifício de uma porção de sua liberdade visando unicamente ao bem público. Tais quimeras só se encontram nos romances. Cada homem só por seus interesses está ligado às diferentes combinações políticas deste globo; e cada qual desejaria, se fosse possível, não estar ligado pelas convenções que obrigam os outros homens. Sendo a multiplicação do gênero humano, embora lenta e pouco considerável, muito superior aos meios que apresentava a natureza estéril e abandonada, para satisfazer necessidades que se tornavam cada dia mais numerosas e se cruzavam de mil maneiras, os primeiros homens, até então selvagens, se viram forçados a reunir-se. Formadas algumas sociedades, logo se estabeleceram novas, na necessidade em que se ficou de resistir às primeiras, e assim viveram essas hordas, como tinham feito os indivíduos, num contínuo estado de guerra entre si. As leis foram as condições que reuniram os homens, a princípio independentes e isolados sobre a superfície da terra.

Cansados de só viver no meio de temores e de encontrar inimigos por toda parte, fatigados de uma liberdade que a incerteza de conservá-la tornava inútil, sacrificaram uma parte dela para gozar do resto com mais segurança. A soma de todas essas porções de liberdade, sacrificadas assim ao bem geral, formou a soberania da nação; e aquele que foi encarregado pelas leis do depósito das liberdades e dos cuidados da administração foi proclamado o soberano do povo.

Não bastava, porém, ter formado esse depósito; era preciso protegê-lo contra as usurpações de cada particular, pois tal é a tendência do homem para o despotismo, que ele procura sem cessar, não só retirar da massa comum sua porção de liberdade, mas ainda usurpar a dos outros.

Eram necessários meios sensíveis e bastante poderosos para comprimir esse espírito despótico, que logo tornou a mergulhar a sociedade no seu antigo caos. Esses meios foram as penas estabelecidas contra os infratores das leis.

Disse eu que esses meios tiveram de ser sensíveis, porque a experiência fez ver quanto a maioria está longe de adotar princípios estáveis de conduta. Nota-se, em todas as partes do mundo físico e moral, um princípio universal de dissolução, cuja ação só pode ser obstada nos seus efeitos sobre a sociedade por meios que impressionam imediatamente os sentidos e que se fixam nos espíritos, para contrabalançar por impressões vivas a força das paixões particulares, quase sempre opostas ao bem geral. Qualquer outro meio seria insuficiente. Quando as paixões são vivamente abaladas pelos objetos presentes, os mais sábios discursos, a eloqüência mais arrebatadora, as verdades mais sublimes, não passam, para elas, de um freio impotente que logo despedaçam.

Por conseguinte, só a necessidade constrange os homens a ceder uma parte de sua liberdade; daí resulta que cada um só consente em pôr no depósito comum a menor porção possível dela, isto é, precisamente o que era preciso para empenhar os outros em mantê-lo na posse do resto.

O conjunto de todas essas pequenas porções de liberdade é o fundamento do direito de punir. Todo exercício do poder que se afastar dessa base é abuso e não justiça; é um poder de fato e não de direito (8); é uma usurpação e não mais um poder legítimo.

As penas que ultrapassam a necessidade de conservar o depósito da salvação pública são injustas por sua natureza; e tanto mais justas serão quanto mais sagrada e inviolável for a segurança e maior a liberdade que o soberano conservar aos súditos.

Costumes curiosos...


Como os esquimós se cumprimentam?
Para se cumprimentar, os esquimós tocam-se uns nos outros com a pontinha do nariz. O motivo? Segundo a professora e consultora de etiqueta empresarial Elisabeth Farina Guirao, eles recorrem ao nariz, pois é uma das únicas partes do corpo que não fica coberta de roupas.
Dá azar encontrar mariposas dentro de casa?
De acordo com Tânia Gori, terapeuta e bruxa da Casa de Bruxa, em Santo André (SP), as mariposas, quando visitam uma casa, representam prosperidade. "Elas não dão azar, de jeito nenhum. Mesmo assim, se a presença delas incomodar, o melhor que você tem a fazer é espantá-las", aconselha.
É verdade que no Brasil são necessárias duas testemunhas para se casar, mas o dobro para conseguir o divórcio?
De acordo com o advogado Renato Caggiano, isso não é verdade. Ele explica que, em geral, o casamento deve ser realizado na presença de no mínimo duas testemunhas, ao passo que o divórcio, dependendo das condições, pode ser realizado sem nenhuma. "Em alguns casos, porém, os cônjuges têm a opção de se valer de testemunhas, a fim de provar o atendimento de determinada condição exigida por lei para a concessão do divórcio.", esclarece.
Em que país é falta de educação cumprimentar uma pessoa com uma mão no bolso?
Na Alemanha, especialmente, cumprimentar uma pessoa com a mão no bolso é falta de educação. De qualquer forma, desde o tempo das cavernas o cumprimento é feito preferencialmente de mãos livres. Dessa maneira, as pessoas mostram que estão desarmadas e abertas para o contato com os outros.
O que é mandinga?
Refere-se a feitiços, e a palavra deriva dos negros mandingas, habitantes dos vales dos rios Senegal e Níger, no continente africano. Apesar da influência muçulmana, tinham fama de serem poderosos magos e feiticeiros.
Por que as pessoas brindam?
Na Grécia antiga, existia o costume de beber pela saúde das pessoas. Em um típico banquete grego, podia-se beber pela saúde de todos os deuses do Olimpo. Os romanos, exagerados, frequentemente brindavam pela mulher de cada um deles, e algumas vezes até bebiam um copo de vinho para cada letra do nome da pessoa brindada.
Por que as pessoas se cumprimentam com um aperto de mãos?
Esta antiga tradição começou no tempo das grandes batalhas. Os adversários se davam as mãos para mostrar que não escondiam nenhuma arma. Era um sinal de confiança entre as duas partes.
Por que em festas de aniversários comemoramos comendo bolo?
Não se sabe ao certo a origem do consumo de bolos durante as comemorações de aniversário. Na Grécia Antiga, os homens faziam o doce em formato redondo e grande para representar a lua cheia. Ele era utilizado no culto à deusa Artemis, protetora das amazonas e caçadoras. Outra versão, porém, dizer que a tradição vem da Alemanha, onde grandes bolos eram moldados no formato das roupas de faixas do menino Jesus e consumidos em festas dedicadas a Ele.
Por que o símbolo da França é um galo?
A utilização do galo como representação da França aconteceu por conta da semelhança do termo latino galus, que significa galo, com o nome do povo que no passado habitava a região - gaulês ou, em francês, galois. Tido como símbolo da vigilância e valentia, foi especialmente utilizado na época da Revolução Francesa. Daí em diante, ocupou locais de destaque em selos e moedas francesas, além de eventos esportivos.
Por que razão em festividades militares são disparados 21 tiros?
As salvas de tiros encontram sua origem na Idade Média. O historiador militar brasileiro Claudio Moreira Bento conta que, em funerais, três tiros de mosquete eram disparados em homenagem ao Pai, Filho e Espírito Santo, para espantar os maus espíritos, no momento em a sepultura estivesse sendo baixada. Depois disso, os tiros passaram a ser utilizados também por navios na ocasião de chegada a fortes, em anúncio de paz. No Brasil, as salvas são empregadas desde o Império. Naquele tempo, o imperador fazia jus a 101 tiros, como na Inglaterra, enquanto a família real, arcebispos e bispos eram condecorados com 21 disparos. Na República, este último número passou a ser privativo do Presidente, estendendo-se depois a chefes de Estado estrangeiros, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Moreira Bento explica a origem dos 21 tiros com uma justificativa dada a ele pela Marinha: "o máximo de uma salva de bordo eram sete tiros, que deviam ser respondidos três vezes pela terra, ou seja, com 21 tiros".
Por que, na Inglaterra, se dirige com a mão direita no volante e pelo lado esquerdo da rua?
Na verdade, duas práticas antigas foram as responsáveis pela determinação deste costume. A primeira vem da época dos duelos de cavalaria. Para enfrentar seus oponentes, os participantes carregavam as lanças com a mão direita. E a outra consistia, na verdade, em uma conduta defensiva: se um homem cruzasse com um estranho em uma estrada estreita, o mais sábio seria deixá-lo passar pela direita, porque assim se poderia sacar a espada facilmente caso houvesse uma tentativa de ataque por parte do desconhecido. A tradição acabou sendo mantida no ato dirigir.
Tatuagem na sola do pé pega?
Pode parecer a solução perfeita para quem não quer mostrar a tattoo para o pessoal do escritório ou os pais mas, de acordo com os profissionais do ramo, tatuar a sola dos pés é prejuízo na certa. "Nesse local, a pele é grossa demais e descama facilmente, o que dificulta a cicatrização", afirma Eduardo Vitor Paes, tatuador do Leds Tattoo Studio, em São Paulo, "O traço do desenho fica grosso e fica borrado e desbotado bem mais rápido". Além disso, os pés são um dos locais mais doloridos para se fazer uma tatuagem - a cabeça e as costelas também lideram o ranking.
Por que os médicos usam roupa branca?
O uso do branco pelos médicos é um costume que vem desde a antiga Grécia. Os sacerdotes do templo de Asclépio (deus grego da Medicina) já se vestiam com roupas dessa cor para indicar pureza espiritual. Hoje, o branco é associado à limpeza e à higiene, elementos fundamentáveis na prática da medicina. Também facilita a identificação de qualquer tipo de sujeira.
É falta de educação aplaudir o hino nacional?
Não. Na lei n° 5 700, de 1971, exige-se apenas uma atitude de respeito durante a sua execução. Os críticos dessa atitude consideram um exagero bater palmas para o próprio hino. Dizem que é como aplaudir a si mesmo, fazendo uma demonstração patriótica exagerada.



http://www.guiadoscuriosos.com.br/perguntas/4/2/pergunta-curiosa.html

Devanear...



SONETO 123

Não! Tempo, não te regozijarás porque envelheço:

Tuas pirâmides erguidas com nova força

A mim não assustam, nem surpreendem;

São apenas visões de velhos lugares.

Nossos dias são breves e, portanto, admiramos

O que tu nos impõe que envelheceu;

E preferimos tê-los conforme nosso desejo,

A conhecê-los somente por suas lendas.

Desafio tanto as histórias quanto a ti,

Sem me importar com o passado ou o presente;

Pois teus livros e o que vemos ambos mentem,

Feitos, mal e mal, em tua contínua pressa:

Isto eu juro, e assim será sempre,

Serei verdadeiro, apesar de ti e tua longa foice.

http://sonetosdeshakespeare.blogspot.com.br/2009/07/soneto-123-nao-tempo-nao-te-regozijaras.html

Caso de consulta psiquiátrica...


Modelo anoréxica morre aos 19 anos durante o sono


Aos 12 anos, Bethaney Wallace já estava vivendo uma vida de glamour, estampando capas de revistas. Mas nunca confiou na própria aparência, e desenvolveu bulimia e anorexia aos 16 anos.
A doença deixou a modelo fraca demais para trabalhar. Bethaney precisou dar um tempo na carreira de modelo mas, nos últimos meses, parecia estar superando o problema. Ela já cozinhava para si mesma e chegou a fazer um novo portfólio para voltar ao trabalho.
Bethaney Wallace morreu aos 19 anos Foto: Reprodução / Mail Online

Os pais dela, Cathy e Clive, disseram, neste domingo, que havia indícios de que o enfraquecido coração da jovem houvesse falhado. Eles acreditam que Bethaney desenvolveu a anorexia quando teve febre glandular, e perdeu bastante peso. Ela começou a driblar a fome para manter o peso que havia perdido.
- Nós achamos muito difícil encontrar ajuda para ela, até que ela quisesse ser ajudada. É preciso que haja informações para os pais, para que eles saibam identificar os sinais da doença - disse o pai da jovem.
Segundo Clive Wallace, amigos da filha disseram que ela só pedia pedacinhos de pão, sempre que iam a um restaurante.
- Ela perdeu a autoestima. Ela dizia sempre que estava gorda. Mas era tão linda. Ela não percebia o quanto era bonita - desabafou o pai.
Os pais dizem que se sentiam impotentes.
Clive contou ainda que toda vez que ele tentava conversar com a filha sobre os perigos da dieta que ela seguia, a menina ficava irritada e desconversava. Apesar de preocupados, o casal disse que não podia fazer nada para obrigar a filha a comer, porque ela era legalmente maior de idade.
- Eu fui a médicos algumas vezes sozinha. Pedi a eles que a chamassem em uma consulta para outra coisa, e falassem do distúrbio alimentar. Mas Beth não era criança e eu não podia forçá-la a nada. Para os pais, é o mesmo que assistir seu filho morrer aos poucos - lamenta Cathy.

Hummmmmm...


Sete motivos para beber mais chá-mate


Erva controla o colesterol, faz bem para o coração e ainda ajuda a emagrecer


Os amantes de chá vão adorar esta novidade: a Ilex paraguariensis, erva comumente usada para fazer o tradicional chimarrão e o tereré, pode trazer diversos benefícios à saúde. Para quem não sabe, esse é o nome científico do mate, que apesar de amargo, pode virar uma bebida deliciosa. Antes de esquentar a água, porém, é bom saber que nem todo saquinho de chá vai ajudar a secar os quilinhos a mais.

A nutricionista Karina Barros, consultora de nutrição da Abiad, explica que os pesquisadores ainda estão tentando descobrir a melhor forma de ingestão da erva para obter mais benefícios. Enquanto a descoberta não chega, opte pelo chá-mate das folhas, já que os saquinhos geralmente trazem misturadas outras partes da planta, o que disfarça o efeito da erva. Beba cerca de um litro da infusão por dia, mas procure fracionar o consumo entre as refeições. Pronto para incorporar a bebida à sua rotina? Confira os benefícios a seguir.

Diminui o colesterol. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina constatou que consumir três doses diárias (aproximadamente 300 ml cada ou quase 1 litro por dia) da bebida diminui em 13% as taxas de colesterol ruim, o LDL, e aumenta a de colesterol bom, o HDL. Segundo os especialistas, isso acontece porque o chá-mate possui algumas substâncias - alcaloides e glicídios - capazes de interagir com os ácidos biliares e reduzir a absorção de colesterol.

Protege o coração. Por ser rico em antioxidantes, o chá-mate ajuda a prevenir doenças cardíacas. O nutrólogo Roberto Navarro, membro da Associação Brasileira de Nutrologia, explica que a presença de substâncias chamadas polifenois são as maiores responsáveis por essa prevenção. "Elas evitam o acúmulo de gordura nos vasos e previnem doenças inflamatórias", afirma. Além disso, a própria redução do colesterol já ajuda a proteger o coração.

É antioxidante. A erva-mate possui ácido clorogênico, um antioxidante capaz de influenciar diversos mecanismos corporais, por meio da diminuição da oxidação celular. "Isso contribui para um equilíbrio metabólico", explica a nutricionista Karina. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Yerba Mate, na Argentina, mostrou que a infusão de erva mate é uma importante fonte desses antioxidantes que protegem as células contra os radicais livres (moléculas que causam envelhecimento e doenças).

Melhora a digestão. Roberto Navarro explica que o chá mate ajuda na liberação dos sucos digestivos, principalmente a bile e, por isso, pode facilitar a digestão dos alimentos. Além disso, a bebida tem ação diurética, ajudando na eliminação de toxinas que fazem mal para o organismo e dificultam o emagrecimento.

Estimula o cérebro. As xantinas, substâncias semelhantes à cafeína, presentes no chá-mate podem melhorar o desempenho cerebral. O nutrólogo Roberto explica que o cérebro envelhece por oxidação dos neurônios. Como o chá-mate é uma boa fonte de polifenois antioxidantes, de maneira indireta pode retardar esse envelhecimento. Mas é preciso moderação: em excesso, a bebida pode causar irritabilidade e insônia.

Ajuda no emagrecimento. "Além de ter efeito termogênico, que acelera o metabolismo e aumenta o gasto calórico em repouso, a erva-mate tem ação lipolítica, que facilita a queima de gordura em excesso", explica Roberto Navarro. Se você incluir a bebida em uma dieta balanceada, terá mais chances ainda de emagrecer.

Protege o fígado. A nutricionista Karina explica que o chá pode auxiliar na oxidação da gordura do fígado e, por isso, colaborar com o tratamento da esteatose hepática, que é o acúmulo de gordura no fígado.

Segregação racial é o resultado das cotas!


 

Cotas Raciais: Quem é Beneficiado?

Quem são os beneficiados, e quem são os prejudicados pelo sistema de cotas raciais?

Aqui, vamos analisar apenas os grupos diretamente envolvidos: os negros, e os não-negros (brancos, amarelos, etc)
Primeiramente, vamos dividir cada um desses grupos em 3:
Negros 1: são os negros que passariam no vestibular de todo jeito, independente se há cotas ou não
Negros 2: são os negros que só passaram no vestibular por causa das cotas
Negros 3: são os negros que não passam no vestibular, independente da existência de cotas.

De modo análogo, os não-negros:
Não-negros 1: são os que passam no vestibular, com ou sem cotas
Não-negros 2: são os que passariam no vestibular sem cotas, mas perderão suas vagas caso haja cotas
Não-negros 3: são os não-negros que não passam no vestibular, independente da existência de cotas.

Quais são as consequências finais das cotas para cada um desses grupos?
Consequências
É justo que as cotas façam a cor dela dizer algo sobre o seu diploma? PROTESTE! Não à discriminação!
Não-negros 1 (que passam no vestibular, mesmo que haja cotas): pra eles, não muda nada. Talvez eles até sejam beneficiados, caso os alunos da universidade pública passem a ser divididos em 2 pelo mercado: entre os diplomados de universidades públicas, o simples fato de ser branco (ou japonês) vai passar a ter muito valor! (pois eles terão se formado, ainda que os negros tenham sido favorecidos: ou seja, serão os “melhores entre os melhores”!)

Não-negros 2 (que passam no vestibular hoje, mas perderão suas vagas caso haja cotas) : eles perdem suas vagas, e ficam indignados com a injustiça de terem tido a sua vaga "ROUBADA" por outra pessoa, só por que ela é negra. Não interessa se os pais deles deram duro pra pagar (com muito sacrifício) uma escola particular pra eles, não interessa se eles mesmos se esforçaram o máximo possível pra superar suas limitações e se qualificarem: o futuro deles foi rifado para “reparar” uma injustiça que não foi cometida por eles. Notem que na maior parte dos casos, esses caras não são “elite”: conseguiram se qualificar com muito sacrifício pessoal e familiar. São aqueles que pegaram as últimas vagas, que passaram “raspando”, com muito esforço. Mas agora, por motivos raciais, eles têm negada a sua chance de ascensão social.

Não-negros 3 (que não passam no vestibular, independente da existência de cotas): pra eles, nada muda. Mas agora eles encontram nos negros uma desculpa para justificar o seu fracasso, mesmo que isso não tenha sido o caso. Nas cabeças fracas desse grupo (não são poucas!), está formado o caldeirão para justificar o ódio racial.
Agora, o caso dos negros:

Negros 1 (que passariam no vestibular, independente de cotas): antes, eles eram reconhecidos como vencedores. São poucos, mas esses poucos têm um reconhecimento ainda maior: a sociedade julga que eles superaram uma situação adversa para estarem onde estão, e isso acrescenta valor aos seus méritos. Conseguiram tudo com seu próprio esforço. Suas qualificações são legítimas. Mas depois da implantação do sistema de quotas, vão sempre ser olhados (injustamente) com desconfiança: como é que chegaram lá? Será que são realmente qualificados, ou o seu diploma é fruto de cota, conquistado por causa da cor da pele e não pelo seu cérebro? A cor da pele deles vai ser um fator de desconfiança. Notem que muitos deles têm perfil parecido com os “não-negros 2”, que venceram apesar das adversidades.

Negros 2 (que só passaram no vestibular por causa das cotas): ascenderam às custas dos “Não-Brancos 2”. Serão beneficiados, pois “alguma coisa” é melhor do que “nada”. Mas o mercado não nasceu ontem, provavelmente as pessoas vão levar em conta a razão de eles estarem lá nos processos de seleção. E estes pagarão a fatura por estarem lá só por causa da cor da pele, passando a frente de gente que se esforçou pra competir (com estudo) e ser melhor que ele - e que ganhou, mas não levou.

Negros 3 (que não passam no vestibular, independente da existência de cotas): é a grande maioria (mais de 99%), não se iludam: não há vagas para todos nas universidades públicas. Para eles, nada muda. A única diferença é que ganham o “status” indesejado de favorecidos, ainda que não o sejam: pagam a fatura (da raiva popular) sem receber a mercadoria (do favorecimento).
Então, a questão é: vale a pena fazer as cotas para beneficiar uma parcela ínfima de negros (que nem são necessariamente os mais merecedores, em relação a outros negros), às custas de todos os outros negros, e dos não-negros?

Vale a pena sacrificar a legitimidade da conquista de quem é negro e conseguiria entrar na universidade por méritos próprios?

Vale a pena sacrificar o futuro dos amarelos e brancos menos privilegiados, que a muito custo se encaixam nas últimas vagas oferecidas pela universidade?

Vale a pena fazer isso tudo sem que a verdadeira elite (filhos de políticos, dos ricos, etc) veja seus “direitos” ameaçados?

Vale a pena criar 2 classes de graduados de escola pública, a dos negros e a dos não-negros?

Defender as cotas é defender o racismo e a discriminação racial. E isso é injustificável.

No final da história, a resposta à pergunta inicial é previsível: cotas raciais só valem a pena pros políticos que a implementarem, e pros ativistas que a defendem.
Por Ricardo Rosenberg - Dezembro / 2004.

http://anticotas.tripod.com/id1.html

A origém é social...


A cota racial só disfarça o problema

O simples critério racial tende a provocar uma perigosa distorção. Diferencia os brasileiros pela cor da pele e não pelos méritos do conhecimento

Em julgamento histórico, por unanimidade de votos, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou na última quinta-feira como constitucional a política de cotas raciais como um dos critérios para ingresso nas universidades. A decisão se deu em razão de questionamentos quanto à legalidade do modelo, assim como à forma tão pouco científica com que as instituições aferem a ascendência étnica dos candidatos. Entretanto, deve-se aduzir à decisão do STF comentários que vão além dos limites jurídicos para adentrar em aspectos que dizem respeito a outras políticas públicas de inclusão.

É inegável que, em um país em que subsistem profundas desigualdades, é essencial que o Estado promova processos de inclusão. É de sua obrigação criar oportunidades também àqueles que, por diferentes motivos, não conseguem se aproximar do ideal de igualdade preconizado pela Constituição e são condenados a permanecer nos estamentos periféricos da sociedade. Exatamente neste ponto cabe uma ressalva com relação à decisão do STF: não apenas a população negra seria credora de políticas públicas compensatórias, devendo ser incluídos nesse rol outros segmentos, como o dos indígenas.

Que fique claro não se tratar de olvidar a tragédia que foi a escravidão no país, a dívida social decorrente dessa chaga, nem o subjacente preconceito racial que, muito embora dissimulado, lamentavelmente teima em existir. Por outro lado, não há como deixar de mencionar o positivo processo de miscigenação ocorrido, que permitiu fazer do Brasil uma sociedade multirracial sem a intolerância vista em outras plagas. Sob este prisma, mais importante nos parece ser a adoção de medidas para reduzir as profundas disparidades sociais que segregam milhões de brasileiros, impedindo-os de ter acesso a uma vida digna, aí incluídos não apenas os afrodescendentes.

A universidade, não há como negar, é um símbolo de status e porta de entrada para descortinar a perspectiva de uma vida socialmente diferenciada. Condição que, por princípio, é um direito de todos.

Entretanto, é necessário que busquemos nas origens da desigualdade outros fatores que nos levam obrigatoriamente a relativizar a ênfase na questão racial do modelo brasileiro. E o mais importante desses fatores está exatamente no campo da educação pública. Sabemos todos o quanto é ainda sofrível a qualidade do ensino público no Brasil – testes internacionais de leitura e matemática evidenciam nosso atraso no setor.

Tais problemas não atingem exclusivamente as crianças e jovens negros ou pardos, mas também os alunos brancos que, em razão de sua condição socioeconômica, são igualmente excluídos da oportunidade de frequentar o ensino básico privado, que oferece educação de melhor qualidade. Independentemente da origem étnica, o filtro que os impede de ingressar nas universidades públicas, muitas delas excelentes – consequentemente mais concorridas e mais exigentes nos processos de seleção –, se concentra no baixo nível educacional da escola pública.

O simples critério racial tende a provocar uma perigosa distorção. Diferencia os brasileiros pela cor da pele e não pelos méritos do conhecimento acumulado nos bancos escolares. Logo, talvez mais importante que estabelecer o impreciso regime de cotas raciais é o investimento que cabe ao governo fazer para melhorar a qualidade do ensino público básico, de tal modo que brancos e negros, ricos e pobres alcancem condições iguais de acesso aos níveis de graduação universitária.

Pensar em estabelecer cotas raciais sem ao mesmo tempo dar solução ao problema principal é o mesmo que eternizar a aplicação de um remédio apenas paliativo, que deveria ser encarado como transitório. Que se adote a cota racial como um passo, mas nunca como o único e permanente. Há outro passo urgente: a universalização do ensino de qualidade. Este, sim, é o canal para diminuir as desigualdades, diferentemente do outro, que acentua as diferenças baseado em ultrapassados, moderna e cientificamente inaceitáveis conceitos de raça.
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=1249033&tit=A-cota-racial-so-disfarca-o-problema

Questão social, sem ser racial...


Re-velado


Noite histórica. De um lado, no corner direito, os que são contra as cotas raciais por entender que estas violam o princípio da isonomia dos cidadãos. Do outro lado, no corner esquerdo, aqueles que defendem que o sistema de cotas. No meio, a julgar a contenda, dez ministros da Corte Constitucional Brasileira. Os juízes teriam que decidir qual das duas teses seria "agasalhada" pela Constituição Federal.

Do lado direito, os argumentos sobre a inconstitucionalidade das cotas giravam, basicamente, sobre três eixos: a) Os cidadãos são iguais perante a lei e as cotas violam esta a igualdade, constituindo-se em privilégios de determinada faixa da população às expensas de outras faixas; b) As cotas destroem o sistema meritocrático já que não premiam os esforços individuais, os melhores; c) O Brasil não é um país racista, ao contrario, somos tolerantes e cordiais. Em se instaurando as cotas raciais nas universidades, nos tornaremos racistas, um país segregado, à beira de uma guerra civil.

Do lado esquerdo do ringue, os argumentos sobre a constitucionalidade das cotas: a) O Brasil é um país extremamente injusto e preconceituoso, e isso nega direitos fundamentais às pessoas; b) A manutenção de tal situação é que atenta contra a igualdade de oportunidades, contra os esforços, contra o mérito pessoal; c) Sim, somos racistas e, mais que isso, a sociedade é tolerante com a segregação.

A contenda prometia. O Brasil parou pra ver. Ambos os lados se esforçaram nas defesas de suas teses sobre nossa sociedade, nosso país. Argumentos foram sacados, pesquisas foram utilizadas, autores clássicos, de ambos os lados, foram trazidos ao centro do ringue.

Como pano de fundo, e mais principal, o que estava em questão não era só a legalidade (e não obrigatoriedade) das cotas raciais nas universidades. Outras cotas existem, outras ações afirmativas são aplicadas, sem tanto reboliço, sem a necessidade desta luta.

O que estava em questão, que seria o mote da decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal, era: O que é o Brasil? Uma democracia racial, miscigenada, com igualdade plena de direitos entre seus cidadãos independente de cor, raça? Ou um país que mascara sua segregação racial, dando uma demão de tinta que esconde, embaixo de si, um preconceito que condena milhões à exclusão?

Depois das defesas das teses, o momento mais esperado. A decisão dos dez juízes, dos ministros do STF. O que viria dali em diante seria emocionante, ou pelo menos era o que se aguardava.

Um a um os ministros foram votando, dando cada um sua tese. Placar unânime: 10 x 0 a favor da constitucionalidade das cotas raciais (novamente, não sua adoção obrigatória). Placar elástico, unânime. Não teve emoção alguma, mas, por isso mesmo, foi extremamente emocionante.

O STF, com esta decisão, disse, afirmou, reiterou, que vivemos numa estrutura perversa, racista, e que, por isso mesmo, não meritocrática. No entendimento dos ministros, as cotas raciais, ao contrário de instaurar uma guerra civil, tentam remediá-la; ao contrário de inserir o racismo no seio de um povo cordial, alegre e tolerante, tentam, até quando for necessário, construir uma sociedade mais justa e plural.

Em síntese: Precisou que dez ministros dissessem, unanimemente, que há racismo no Brasil, que os negros sofrem uma segregação não institucional, mas nem por isso mais aceitável. Não precisaria chegar até a mais alta corte do país. Pouparia enorme trabalho aos membros do Supremo se, simplesmente, perguntássemos a um policial, a um segurança de boate, a um porteiro.

Mais uma etapa superada...