Ah! Que pobreza traz
a minha Musa,
Que de tal modo
demonstra seu orgulho,
Mesmo o ínfimo
argumento vale mais,
Do que ouvir meus
elogios a seu favor.
Ah, não me culpes se
eu não mais escrever!
Olha no espelho, e
lá verás um rosto
Que em muito supera
minha torpe invenção,
Borrando minhas
feições, e lançando-me em desgraça.
Não era pecado,
então, ao tentar emendar,
Arruinar o ser que
antes era são?
Porque meus versos
não tendem a mais nada
Do que a bendizer
tuas graças e teus dons;
E mais, muito mais,
do que em meus versos cabe,
Teu espelho te diz
ao te mirares nele.
http://sonetosdeshakespeare.blogspot.com.br/2009/07/soneto-103-ah-que-pobreza-traz-minha.html
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