Que poções bebi das lágrimas das Sereias,
Destiladas dos troncos que queimam como o inferno,
Vertendo medos em esperanças, e esperanças, em medos,
Sempre perdendo quando eu estava a ponto de vencer?
Que males terríveis cometeu meu coração,
Enquanto se julgava jamais abençoado!
Como vagaram meus olhos fora de suas órbitas,
Ao se distraírem nessa louca febre!
Ah, o benefício da dúvida! Agora descubro ser verdade
Que o bem se aperfeiçoa com o mal;
E o amor arruinado, ao ser reconstruído,
Cresce mais belo, mais forte e se torna ainda maior.
Então, retorno, refeito, ao meu contentamento,
E ganho, por sorte, três vezes mais do que gastei!
http://sonetosdeshakespeare.blogspot.com.br/2009/07/soneto-119-que-pocoes-bebi-das-lagrimas.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário