Musa, onde estás,
que há tanto tempo te esqueces
De dizer aquilo que
te dá todo o teu poder?
Usaste teu furor em
uma canção espúria,
Reduzindo a força
para emprestar-lhes tua luz?
Volta, esquecida
Musa, e redime logo
Em doces horas o
tempo inutilmente despendido;
Canta para os
ouvidos de quem te estima,
E dá, à tua pluma,
talento e voz.
Levanta, leve Musa,
vê na suave face do meu amor
Se o Tempo a marcou
com alguma ruga:
Se há, ri da
decadência,
E despreza os
despojos do Tempo por toda a parte.
Dá a meu amor fama
mais rápido do que o Tempo gasta a vida;
Para que, de sua
foice, me afastes a encurvada lâmina.
http://sonetosdeshakespeare.blogspot.com.br/2009/07/soneto-100-musa-onde-estas-que-ha-tanto.html
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