quarta-feira, 18 de abril de 2012

Intestinos exteriorizados da política brasileira...


Cachoeira usou polícia do DF para fechar bingos em Brasília

Inquérito da PF aponta pagamentos de até R$ 4 mil por "operações de fachada" articuladas por Idalberto Matias de Araújo, o Dadá.

Segundo a PF, Carlinhos Cachoeira pagou policiais civis e militares do DF para fechar bingos concorrentes.

O grupo do empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, utilizou a estrutura da Polícia Civil e Militar do Distrito Federal (DF) para fechar bingos concorrentes em Brasília. As informações estão no inquérito da Operação Monte Carlo, desencadeada pela Polícia Federal (PF).


Segundo o inquérito da PF, o grupo de Cacheira pagava entre R$ 3 mil e R$ 4 mil para policiais civis e militares que participassem destas “operações de fachada”, idealizadas por um dos líderes do grupo de Cachoeira, o Idalberto Matias de Araújo, o Dadá.

Uma destas operações ocorreu dia 03 de março do ano passado, conforme a PF. De acordo com o inquérito, por intermédio de Dadá, foi realizada uma ação de fechamento de bingos comandada pelo sargento da Polícia Militar, Jairo Martins de Sousa, conhecido como Índio e pelo agente de Polícia Civil, José Angelo Ferreira Neto, o Zé. Essa operação foi uma resposta às constantes cobranças feitas por Cachoeira à Dadá sobre o funcionamento de bingos concorrentes em Brasília. “Ô Chico você não tá olhando Brasília né porque eu fiquei sabendo que tem casa aberta aí rapaz?”, reclamou o bicheiro em diálogo interceptado pela Justiça dia 14 de janeiro do ano passado, às 12h42.

A operação contra o “Bingo do Paraíba”, então localizado na quadra 711, na Zona Norte de Brasília, começou a ser articulada dois dias antes por Dadá e por Lenine Araújo de Souza, o Lenine. “Derrubado já tá”, disse Dadá a Lenine após a “operação” da Polícia Civil e Militar do DF conforme interceptação telefônica da Polícia Federal do dia 03 de março, às 16h55. “Tá beleza então, tranquilo, depois você me dá mais detalhe”, respondeu Lenine em seguida. A Polícia Federal suspeita que esse não foi um caso isolado e que outras operações no DF também foram realizadas com a anuência de Dadá e Cachoeira.

A Polícia Civil do Distrito Federal informou por meio de nota oficial que a Corregedoria-Geral de Polícia já instaurou procedimento administrativo para apurar as denúncias contra o agente José Neto. Apesar disso, a direção-geral da Polícia Civil evitou fazer comentários a respeito da conduta do policial civil, alegando que “somente irá se manifestar após a conclusão da referida apuração”.

A Polícia Militar do Distrito Federal (PM/DF) também foi procurada mas não se pronunciou até o fechamento desta matéria. O sargento Jairo Sousa e o agente José Neto não foram localizados pela reportagem.

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